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Notícias / Doca Street

Doca Street: O que aconteceu com o assassino de Ângela Diniz?

Empresário paulistano, Doca Street ficou conhecido nacionalmente após o assassinato da socialite mineira Ângela Diniz em 30 de dezembro de 1976

Maria Paula Azevedo, sob a supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 09/09/2023, às 10h00 - Atualizado em 28/12/2023, às 11h54

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Imagem de Doca Street durante seu julgamento - Reprodução/Vídeo/Youtube/Canal da Oratória
Imagem de Doca Street durante seu julgamento - Reprodução/Vídeo/Youtube/Canal da Oratória

Neste ano, a história da socialite Ângela Diniz chegou aos cinemas através do filme 'Ângela' (2023). O longa-metragem, estrelado por Ísis Valverde e dirigido por Hugo Prata, apresenta a vida e a trágica morte de uma das mulheres mais conhecidas no Brasil.

Ângela foi assassinada em 30 de dezembro 1976, há 47 anos, por Doca Street, seu companheiro, interpretado por Gabriel Braga Nunes. O filme retrata a vida de uma mulher que se apaixonou perdidamente, mas foi assassinada após uma crise de ciúmes, no que foi um dos crimes mais conhecidos do país, o Caso Doca Street.

Em razão do lançamento do filme, o site Aventuras na História apura o que aconteceu com Doca Street, o empresário que assassinou Ângela Diniz.

Quem foi Doca Street?

Raul Fernando do Amaral Street, mais conhecido como Doca Street, foi um empresário paulistano que ficou conhecido em 1976 pelo assassinato da socialite Ângela Diniz, na Praia dos Ossos, no Rio de Janeiro.

Doca, na época casado e com filhos, abandonou sua família meses antes do incidente para viver com Ângela, conforme repercutido pelo G1. Entre altos e baixos, que incluíam crises violentas de ciúmes e festas de gala, os dois terminaram o relacionamento por um breve período.

Semanas após a separação,Doca assassinou Ângela com quatro tiros no rosto em 30 de dezembro de 1976, após uma briga na casa de praia da socialite, em Búzios, no Rio de Janeiro. O corpo da mulher de 32 anos foi enterrado na sua cidade natal: Belo Horizonte, em Minas Gerais.

A sentença

A princípio, o empresário recebeu uma sentença de dois anos de prisão, suspensa por ação de sua defesa. Cinco anos depois, em 1981, o Ministério Público recorreu e Doca foi condenado por homicídio, com uma pena de 15 anos de prisão, cumprida integralmente.

O argumento utilizado pela defesa de Doca, para absolvê-lo de qualquer consequência, era que a ação havia sido em “legítima defesa da honra”, um assassinato por “por amor”. Lembrando que o pretexto era reconhecido pelo Código Penal de 1940, mas foi derrubado com a Constituição de 1988.

Evandro Lins e Silva, advogado do empresário, apresentou o cliente num rapaz 'apaixonado' que foi dominado pela companheira, uma 'mulher fatal', responsável por fazer os homens tivessem atitudes 'Contra a própria natureza'.

"É claro que ele vai se descontrolando em tudo o que faz, minadas as suas resistências pela paixão doentia que o avassala", disse o advogado durante o julgamento. 

Esta justificativa gerou controvérsias no país. Acabou recebida com indignação pelos movimentos feministas da época, que organizaram um movimento contra a violência à mulher. 

"Senhores jurados, a mulher fatal, encanta, seduz, domina, como foi o caso de Raul Fernando do Amaral Street", afirmou o advogado, segundo O Globo.

Sequelas

O assassinato de Ângela Diniz e a estratégia da defesa de Doca, que acusava a companheira, rodou o Brasil, citado até mesmo pelo poeta Carlos Drummond de Andrade, que escreveu: “Aquela moça continua sendo assassinada todos os dias e de diferentes maneiras”.

Em 2006, no aniversário de trinta anos do assassinato, Doca Street publicou o livro “Mea Culpa”, onde expõe sua versão sobre o ocorrido. O livro foi intensamente criticado pela família de Ângela.

"Esse homem é um canalha. Ele está querendo ganhar dinheiro à custa da minha mãe. Meu Deus, quando é que ele se cansará de assassiná-la e a reputação dela?", desabafou Cristiana Vilas Boas, filha da vítima, em 2006, segundo a Folha de S.Paulo.

Doca faleceu em 18 de dezembro de 2020, aos 86 anos, na cidade de São Paulo. Segundo sua família, ele foi encaminhado ao Hospital Samaritano após um ataque cardíaco, mas não resistiu. O empresário deixou três filhos e netos.