Menino autista de 8 anos teria sido obrigado a dormir no cômodo após fazer xixi na cama
Redação Publicado em 07/11/2022, às 18h23
Michael Valva, ex-policial da cidade de Nova York, foi condenado na última sexta-feira, 4, pela morte de seu filho de 8 anos, Thomas. O menino faleceu de hipotermia em janeiro de 2020, tendo desenvolvido o quadro após ser obrigado a dormir na garagem em uma noite de -7 °C.
Além do assassinato em segundo grau, o homem de 43 anos foi considerado culpado de outras quatro acusações relacionadas ao abuso infantil que teria cometido contra seus dois filhos, Thomas e Anthony, de 10 anos.
A noiva do ex-oficial, Angela Pollina, com quem ele morava, também foi condenada pelo homicídio da criança de 8, conforme informações repercutidas pela revista People.
Ambos os meninos de Valva possuíam autismo, e, por vezes, urinavam na cama. Foi em reação a esses acidentes noturnos que o casal decidiu forçá-los a passarem as noites na garagem, que não contava com aquecimento. A ocorrência teria se repetido através de meses.
Uma mensagem de texto enviada por Michael à sua noiva é reveladora a respeito da postura dele em relação ao problema: "Ok, eu vou bater neles de novo. Falar não funciona. Talvez um rosto ensanguentado funcione", teria escrito ele, segundo apurado pela CBS.
As autoridades foram capazes ainda de acessar as câmeras de segurança instaladas na residência da dupla. As imagens mostravam, por exemplo, os garotos tremendo enquanto tentavam dormir na garagem na semana da morte de Thomas. A câmera do cômodo, aliás, era rotulada de "quarto das crianças".
Uma outra gravação, essa da manhã que o menino viria a falecer, mostra Pollina lavando os dois pequenos no quintal. A certo ponto, Anthony pode ser ouvido perguntando por que Thomas, que estava caindo no chão com frequência, não conseguia andar.
"Porque ele está com frio (...) Quando você é lavado com água fria e [o dia] está congelante, você tem hipotermia", teria respondido a madrasta.
O garoto de 8 anos perdeu a consciência em definitivo enquanto esperava pelo ônibus escolar, ao que seu pai, Michael, contatou os serviços de emergência. O filho do ex-policial foi declarado morto assim que chegou ao hospital, onde profissionais constataram que sua temperatura corporal era de 24°C.
Ainda de acordo com a People, mais de 17 ligações teriam sido feitas a respeito da situação doméstica vivida por Anthony e Thomas para os Serviços de Proteção à Criança (CPS) dos Estados Unidos.
Os professores dos meninos, por exemplo, relataram ter encontrado hematomas e machucados neles, mencionaram que a dupla estava indo à escola com fome e roupas molhadas de urina, e, em uma dada ligação, até citaram que um dos garotos disse estar dormindo na garagem.
Suas tentativas de alertar as autoridades dos maus-tratos sofridos pelas crianças, no entanto, não deram resultados.
Atualmente, a mãe dos meninos, Justyna Zubko-Valva, está processando não apenas Michael Valva e sua noiva, Pollina, mas também as autoridades locais devido à perda de seu filho.
