O ocorrido se deu em uma sessão especial para marcar a passagem de Vladimir Zelensky por Ottawa, capital do Canadá
Redação Publicado em 25/09/2023, às 18h32
Na última sexta-feira, 22, o Parlamento canadense sediou uma sessão especial, que contava com Vladimir Zelensky, presidente da Ucrânia, Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá e Yaroslav Hunka, veterano da Segunda Guerra Mundial, aplaudido de pé por aqueles presentes. Agora, foi divulgado que este senhor de 98 anos fazia parte da divisão nazista Waffen-SS.
Após a compreensão do verdadeiro papel de Hunka no conflito, Anthony Rota, presidente da câmara baixa do Parlamento do Canadá, se desculpou por incentivar os deputados presentes a homenagear alguém que auxiliou na administração do Holocausto.
Naquele dia, o Parlamento havia se reunido excepcionalmente para marcar a passagem de Vladimir Zelensky por Ottawa, capital do Canadá. Durante a reunião, Rota anunciou que “um veterano de guerra ucraniano-canadense da Segunda Guerra Mundial que lutou pela independência da Ucrânia contra os russos” estava presente, ao apontar para Yaroslav Hunka.
Horas depois, foi divulgado que Hunka havia servido na guerra sob o comando dos nazistas na frente soviética, além de fazer parte da 14ª Divisão de Granadeiros da Waffen-SS, conforme repercutido pelo UOL.
Em nota, o Friends of Simon Wiesenthal Center (FSWC), um centro de estudos sobre o Holocausto, repudiou o acontecimento.
O FSWC está chocado com o fato de o Parlamento canadense ter aplaudido de pé um veterano ucraniano que serviu numa unidade militar nazista durante a Segunda Guerra Mundial, envolvida no assassinato em massa de judeus e outros. Um pedido de desculpas e uma explicação são devidos.”, afirmou o FSWC em um comunicado.
É importante relembrar que, durante os conflitos da Segunda Guerra, quando a Ucrânia fazia parte da União Soviética, nacionalistas ucranianos chegaram a se aliar aos nazistas. Além disso, a Waffen-SS participou dos extermínios em massa e do fornecimento de guardas para os campos de concentração.
Rota assumiu “total responsabilidade” pelo ocorrido, que ele diz ter organizado sozinho. E afirma querer estender as "mais profundas desculpas às comunidades judaicas do Canadá e de todo o mundo”.
Nos meus comentários após o discurso do presidente da Ucrânia, homenageei um indivíduo na galeria. Posteriormente, tomei conhecimento de mais informações que me fazem lamentar a minha decisão de fazer isso.”, disse Rota em um comunicado oficial.
