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Notícias / Arqueologia

Partes de tumba perdida de 4 mil anos são redescobertas na Irlanda

Acreditava-se que a tumba havia sido demolida há 170 anos, mas um arqueólogo local encontrou vestígios da construção em uma colina na Irlanda

Redação Publicado em 23/01/2024, às 16h38

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Billy Mag Fhloinn ao lado de parte da antiga tumba de Altóir na Gréine - Reprodução/Vídeo/Raidió Teilifís Éireann
Billy Mag Fhloinn ao lado de parte da antiga tumba de Altóir na Gréine - Reprodução/Vídeo/Raidió Teilifís Éireann

Após quase 200 anos perdida, uma antiga tumba megalítica foi reencontrada por um arqueólogo na Irlanda. A construção, que já havia sido vista e esboçada no século 19, foi localizada graças a fotogrametria, uma técnica que reúne fotografias digitalmente e as transforma em um modelo 3D virtual que pode ser examinado detalhadamente.

Billy Mag Fhloinn, arqueólogo e folclorista da Sacred Heart University, na cidade irlandesa de Dingle, mora em uma casa localizada abaixo da colina onde redescobriu a tumba, no sudoeste da Irlanda. Nos últimos anos, ele tem explorado meticulosamente a paisagem circundante com sua câmera, procurando pela tumba que, segundo relatos, foi destruída alguns anos após ter sido avistada pela última vez em 1838.

Conforme repercutido pelo portal Live Science, em setembro do ano passado, Billy criou um modelo fotogramétrico, por meio do qual ele percebeu que o formato de uma das pedras da região era semelhante ao do desenho do século 19.

Girei uma das pedras na tela e percebi que ela correspondia a uma das pedras da ilustração de 1838. Então pensei que estava no caminho certo", explicou o arqueólogo ao Live Science. 

Dois meses depois, em dezembro, Mag Fhloinn e um arqueólogo do Serviço de Monumentos Nacionais da Irlanda inspecionaram o local e confirmaram que se trata da tumba 4.000 anos conhecida como "Altóir na Gréine" (ou "o Altar do Sol", em irlandês).

Tumba perdida

Fhloinn explicou que a tumba foi avistada e esboçada pela primeira vez em 1838 por Georgiana Chatterton, uma aristocrata inglesa. Contudo, em 1852, um antiquário chamado Richard Hitchcock afirmou que a construção havia sido "quebrada e levada embora", para que suas pedras fossem utilizadas em uma construção. 

Ao longo dos 170 anos que se passaram desde o relatório de Hitchcock, especialistas acreditavam que não havia nada no local, até que Mag Fhloinn provou o contrário. Em sua entrevista ao Live Science, ele esclareceu que apenas uma das antigas pedras ainda estava de pé, mas que a recente escavação apontou que outras três pedras grandes estariam enterradas sob o local. 

A estrutura segue o padrão de uma "tumba em cunha", característica do estilo megalítico, algo comum na Irlanda daquela época. Essa configuração consiste em uma ampla caixa formada por pedras verticais, coberta por uma pedra angular inclinada.

O estilo pertence ao período 'Calcolítico', também conhecido como Idade do Cobre, datado entre 4.500 a 4.000 anos. Esse período marcava o início da utilização do cobre no país, ocorrendo imediatamente após a Idade da Pedra e antecedendo a Idade do Bronze.

Fhloinn também afirmou ser pouco provável que vestígios humanos sejam encontrados no local da tumba. Embora ossos humanos cremados tenham sido descobertos em túmulos em outras regiões da Irlanda, o solo em Altóir na Gréine estava encharcado, tornando improvável a sobrevivência de qualquer vestígio humano. Contudo, com base em padrões observados em outros túmulos, é possível que os ossos cremados de diversas pessoas tenham sido sepultados ali.