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Peça “Inferno – Um Interlúdio Expressionista” se dedica à memória de prisioneiros torturados

Dirigida por André Garolli, espetáculo que estreia em São Paulo, no dia 30 de agosto, se inspirou em texto de Tennessee Williams resgatado nos anos 90

Joseane Pereira Publicado em 20/08/2019, às 11h30

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Reprodução
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Inspirada em Not About Nightingales, obra escrita por Tennessee Williams (1911 – 1983) quando tinha apenas 27 anos e redescoberta somente nos anos 90, a Cia Triptal encena Inferno – Um Interlúdio Expressionista, peça dedicada à memória de quatro homens que morreram de tortura em uma prisão americana, em agosto de 1938.

Brutalidade no cárcere

A montagem retrata atrocidades ocorridas em uma prisão de Holmesburg, Pennsylvania, em 1938. Como punição por realizar greve de fome, um grupo de 25 prisioneiros foi trancado em uma cela fechada com vapor aquecido. Quatro deles morreram no processo. Quando a notícia da brutalidade foi disseminada pelos jornais, a opinião pública norte-americana ficou indignada.

“Essa dramaturgia tem uma grande dose de horror, violência, sangue e morte. Ele nos mostra os problemas e as consequências de usarmos ações disciplinares arcaicas e brutais, e que infelizmente, ao relermos setenta anos depois, percebemos que pouca coisa mudou. É uma história verídica que serviu para rever questões do sistema carcerário nos Estados Unidos e dos direitos humanos”, conta o diretor Garolli.

Crédito: Reprodução

O tema do enclausuramento também é enfocado na cenografia da peça: por meio de um empilhamento de cadeiras, o cenário evoca o sentido de aglomeração das pessoas no cárcere. Os figurinos preto e cinza incorporam os anos 30 e 40, pós crise de 1929, e a maquiagem contribui para causar o efeito padronizado do aprisionamento.

Escrito no final de 1938 pelo dramaturgo Tennessee Williams, o texto chocou muitos críticos e estudiosos em sua primeira montagem, na Londres de 1998. A obra oferece um retrato diferente de seu autor, que é mais conhecido por retratar personagens vulneráveis como Laura Wingfield (À Margem da Vida) e Blanche DuBois (Um Bonde Chamado Desejo).

Crédito: Reprodução

O diretor ressaltou a importância desse texto do dramaturgo. “Tennessee defendia uma crítica aos padrões estabelecidos pelo mainstream, colocando em pauta o marginalizado, os perdedores e os fora do padrão normativo (à deriva). Lança um olhar crítico e distanciado sobre a sociedade, uma vez que se recusa a julgar os personagens ou estabelecer morais de conduta”.

O projeto contemplado pela 32ª Edição do programa municipal de fomento ao teatro para a cidade de São Paulo, 2018, estreia no dia 30 de agosto, sexta-feira, às 21h, no Teatro João Caetano. A temporada tem entrada gratuita e conta com sessão às sextas e sábados, 21h, e domingo, 19h, até 22 de setembro.