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Notícias / Paleontologia

Peixe ancestral com presas é descoberto em antigo lago na Austrália

Datado do período Devoniano, com aproximadamente 380 milhões de anos, o Harajicadectes zhumini era um intermediário entre peixe e um vertebrado terrestre

Éric Moreira Publicado em 07/02/2024, às 09h04

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Reconstrução de um Harajicadectes zhumini - Divulgação/Universidade Flinders/Brian Choo
Reconstrução de um Harajicadectes zhumini - Divulgação/Universidade Flinders/Brian Choo

Recentemente, foi descrita a descoberta do fóssil de um antigo peixe ancestral com presas em um lago da Austrália. Conforme descrito pelos pesquisadores, o animal se trata de um tetrapodomorfo — que, do ponto de vista morfológico, é como um "intermediário" entre peixes e tetrápodes, os animais vertebrados terrestres de quatro membros.

O achado foi divulgado na última segunda-feira, 5, em artigo na revista científica Jounal of Vertebrate Paleontology, sendo resultado de um estudo que desenvolveu a pesquisa por cerca de 50 anos. Isso porque fósseis fragmentados dessa mesma espécie já haviam sido encontrados antes, em 1973 e em 1991, mas o tamanho e o quanto estavam fragmentados dificultava a análise.

+ O jantar que teria matado um peixe há 180 milhões de anos

Porém, com a descoberta recente de um crânio e parte intacta do corpo de um espécime na Austrália, novos avanços foram possíveis na pesquisa. Datado do período Devoniano, com cerca de 380 milhões de anos, o fóssil foi encontrado em Harajica Sandstone Member, no norte da Austrália.

Nós encontramos esse novo tipo de peixe com nadadeiras lobadas em um dos sítios de fósseis mais remotos de toda a Austrália", comenta em notaJohn Long, um dos autores do estudo.

O animal, por sua vez, foi nomeado como Harajicadectes zhumini, em referência ao local em que foi encontrado, à palavra grega "dēktēs" (que significa "mordedor"), e ao pesquisador Min Zhu, cujos estudos forneceram importantes bases para a pesquisa de vertebrados primitivos.

Vida ancestral

Segundo a Revista Galileu, a criatura tinha cerca de 40 centímetros de comprimento, e era caracterizada por ser um predador com nadadeiras lobadas, presas grandes e escamas ósseas, além de grandes aberturas no topo de seu crânio. "Acredita-se que essas estruturas espiraculares facilitavam a respiração de ar na superfície", comenta o líder do estudo, Brian Choo, paleontólogo da Universidade Flinders, na Austrália.

Essa característica, aliás, é comum a outros tetrapodomorfos do Devoniano Médio ou mesmo do Devoniano Superior. Especula-se que isso seja uma adaptação a um período em que o oxigênio da Terra era mais escasso.