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Notícias / Peste Negra

Peste Negra: Piolhos podem ter tido papel fundamental na transmissão da praga

Comumente associada aos ratos e pulgas, propagação da bactéria que devastou a Europa no século 14 também pode ter contado com a ajuda de piolhos

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 22/05/2024, às 17h00

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Imagem sobre a Peste Negra - Domínio Público, via Wikimedia Commons
Imagem sobre a Peste Negra - Domínio Público, via Wikimedia Commons

Uma das pandemias mais mortais da história, a Peste Negradevastou entre 75 e 200 milhões de pessoas na Eurásia — atingindo seu pico na Europa entre 1347 e 1351. Seus sintomas incluíam febre alta, fadiga, tremores, vômitos e escurecimento nas extremidades do corpo causada pela gangrena. 

Quando se fala da propagação da Peste Negra, ou Peste Bubônica, prontamente colocamos nos ratos e nas pulgas a maior parte da culpa. Mas uma nova pesquisa aponta que os piolhos também podem ter tido um grande papel na contaminação das pessoas. 

+ Origem da Peste Negra pode ter sido descoberta após mais de 600 anos

Publicada na revista Plos Biology, a descoberta sugere que os piolhos do corpo humano podem ter sido mais eficientes na transmissão da Yersinia pestis (a bactéria que causa a Peste) do que se pensava anteriormente.

Para isso, pesquisadores do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos realizaram experimentos em laboratórios alimentando piolhos com amostra de sangue contendo a Yersinia pestis.

Assim, repercute o Daily Mail, eles descobriram que os piolhos infectados eram capazes de transmitir a bactéria de forma rotineira, quando se alimentavam do sangue de pessoas que estavam saudáveis. 

A pesquisa detalha que a bactéria Yersinia pestis era capaz de infectar um par de glândulas salivares dos piolhos; que as transmitia para os humanos quando os picavam. "Os piolhos do corpo humano são parasitas que se alimentam de sangue de seu único hospedeiro, os humanos", escreveram os estudiosos.

"Os insetos residem nas costuras das roupas humanas, onde depositam seus ovos, retornando periodicamente à pele para se alimentar de cinco a seis vezes por dia", detalham.

Poucos estudos avaliaram diretamente a capacidade do piolho de transmitir Y. pestis. Mas descobrimos que os piolhos do corpo humano são melhores na transmissão de Y. pestis do que se pensava anteriormente", apontam. 

Capacidade de infecção

Por fim, explica a NBC News, os pesquisadores detalham que uma das principais características dos piolhos corporais — o que, provavelmente contribuiu para sua facilidade de espalhar a doença — é sua capacidade de ingerir um grande volume de sangue em uma única alimentação; o que aumenta a quantidade de bactéria consumida. 

O seu comportamento alimentar frequente também é um fator que aumenta a chance dos piolhos transmitirem bactérias suficientes para causar a infecção em suas vítimas, explicaram os pesquisadores.