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Notícias / Sobrevivência

Piloto conta como grupo sobreviveu após queda de helicóptero na Amazônia

Mensagem em uma garrafa e arroz feito em peça da aeronave estão entre as estratégias utilizadas pelo grupo para sobreviver

Redação Publicado em 22/08/2023, às 15h42

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Floresta Amazônica - Getty Images
Floresta Amazônica - Getty Images

No último sábado, 19, três homens foram resgatados na floresta Amazônica, após um pouso forçado do helicóptero que utilizavam para viajar do Pará ao Amapá. Agora, o piloto da aeronave, Josilei Gonçalves de Freitas, compartilhou ao G1 como foi a aterrissagem, o que eles fizeram para sobreviver e como foram resgatados. 

Gabriel Assis Serra, José Francisco Pereira Vieira e Josilei Gonçalves de Freitas levantaram voo de uma reserva indígena no último dia 16, onde realizavam vistorias em pistas de aterrissagem da região. Após uma pane no sistema da aeronave, um pouso de emergência foi feito entre as árvores. 

Conforme repercutido pelo G1, o piloto e tenente-coronel desceu o helicóptero em uma área da Serra do Navio, utilizando as árvores como “amortecedores”, para garantir a sobrevivência dos passageiros. 

Eu aproveitei a energia que eu tinha da aeronave para procurar um lugar para pousar. E aí entrei no vale de Serra do Navio, entre as montanhas para procurar um lugar para pousar e também achar um ribeirinho, um rio para poder ser usado como água, caso eu precise ficar na floresta por muito tempo, e também usar o rio como meio de sair e buscar ajuda. E assim eu fiz, até a aeronave perder totalmente a energia de rotação", contou Josilei.

Plano de sobrevivência

Após o pouso na mata, os três tripulantes se voltaram para outro problema: a alimentação. Eles calcularam que a comida presente na aeronave era suficiente para quatro dias, mesmo realizando as três refeições diárias. 

Eles chupavam laranjas de manhã, almoçaram algo de maior sustância, como um arroz carreteiro feito por Josilei na chapa de alumínio do helicóptero, e jantavam o que sobrava da refeição anterior. Sabendo das limitações que teriam de enfrentar passados os quatro primeiros dias, o piloto escreveu um pedido de socorro e mandou rio abaixo já no primeiro dia. 

No segundo dia, o mecânico Gabriel, que era o mais jovem dos três, foi escolhido como o responsável por descer o rio em um colchão inflável para encontrar ajuda. 

Nossa meta com o plano envolvendo o Gabriel era para que ele pudesse encontrar algum ribeirinho, algum pescador, algum indígena, alguma coisa. E a gente ficou, eu e o Francisco, o engenheiro, o passageiro, ficamos no acampamento para seguir buscando contato. Com o seguinte combinado, quem encontrasse ajuda primeiro saía para buscar o outro", disse Josilei ao G1. 

Na manhã de quinta-feira, Gabriel desceu o rio com a ração presente no kit de sobrevivência da aeronave, para que ele sobrevivesse o tempo suficiente de encontrar ajuda. Já Francisco e Josilei repetiram a rotina nos dias seguintes, até serem resgatados. 

Resgate

No sábado de manhã, especificamente, as 9h30, o piloto avistou a aeronave de resgate do voando baixo na região. Ele contactou o avião através da antena VHF do helicóptero destruído e, para garantir que eles fossem encontrados, também utilizaram um sinalizador.

Ampliei a fumaça junto com o Francisco, que é um engenheiro, para a gente ter mais sinalização na região, embora muito difícil, que é um vale e o ar não circula e a fumaça acaba não tendo muito efeito, mas conseguiram nos localizar", esclareceu Josilei.

O piloto também comunicou a equipe de resgate a respeito de Gabriel, que havia descido o rio há mais de 30 horas. Josilei e Francisco, engenheiro da Funai, foram resgatados no início da tarde do sábado, 19. O mesmo aconteceu horas depois com Gabriel, que ao avistar a mesma aeronave, se manteve no topo de uma pedra no leito do Rio Itapuru, há 183 quilômetros da capital do Amapá.

Ele já tinha visto o avião passando, então ele já estava parado aguardando socorro, porque nós tínhamos combinado isso, e resgatamos ele e, graças a Deus, os três retornaram para casa. Em resumo foi isso", concluiu o piloto.

Os três foram atendidos pelo Hospital de Emergência (HE) de Macapá e estão bem.