'Descanso na Fuga para o Egito' alcança valor recorde em leilão após ter sido roubado duas vezes e encontrado em ponto de ônibus
Gabriel Marin de Oliveira sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 04/07/2024, às 14h19
Foi leiloado na última terça-feira, 2, o valioso quadro do pintor Ticiano, 'Descanso na fuga para o Egito', por mais de 20 milhões de euros (cerca de R$ 120 milhões) pela Sotheby's. A obra tem uma história intrigante de desaparecimentos e recuperações que a tornou ainda mais famosa.
A tela foi pintada em um painel de madeira de cerca de 60 centímetros, quando Ticiano tinha cerca de 20 anos, por volta de 1508. Ela retrata Maria, José e o menino Jesus partindo para o exílio para escapar da fúria do rei Herodes. Ao longo dos séculos, pertenceu a aristocratas, imperadores e arquiduques de toda a Europa, mas foi no começo do século 17 que o quadro foi foi documentado pela primeira vez, na coleção de um mercador veneziano.
A obra foi roubada pela primeira vez em 1809, pelas tropas napoleônicas que invadiram o Palácio Belvedere, em Viena. O segundo roubo ocorreu em 1995, quando estava na Longleat House, propriedade dos marquises de Bath, em Wilshire. O quadro foi retirado de um dos cômodos do primeiro andar da casa e permaneceu desaparecido por sete anos.
Em 2002, a obra foi encontrada dentro de um saco plástico em um ponto de ônibus em Londres por Charles Hill, um policial especializado em arte e antiguidades. Hill, que faleceu em 2021, revelou que um homem o levou ao local em troca de uma recompensa em dinheiro. Segundo 'O Globo', o policial também é conhecido por ter ajudado a recuperar a versão de 1893 de 'O Grito', quadro do norueguês Edvard Munch, roubado do Museu Nacional de Oslo em 1994.
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O leilão realizado pela Sotheby's na última terça-feira, 2, marcou um valor recorde para a obra, que foi arrematada por mais de 20 milhões de euros. Este alto valor reflete não apenas a importância artística e histórica do quadro, mas também sua história cheia de mistérios e recuperações dramáticas.
