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Notícias / Personagem

Renan Calheiros cita Tribunal de Nuremberg durante CPI da Pandemia: 'Uma semelhança tenebrosa'

Calheiros disse que não estava comparando as duas situações, mas sim fazendo uma avaliação

Redação Publicado em 25/05/2021, às 17h47 - Atualizado às 17h53

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Imagem colorizada do episódio - Domínio Público, via Wikimedia Commons
Imagem colorizada do episódio - Domínio Público, via Wikimedia Commons

A CPI da Pandemia, foi marcada por novas polêmicas nesta terça-feira, 25. Acontece que Renan Calheiros (MDB-AL) causou polêmica entre senadores ao mencionar o Tribunal de Nuremberg, responsável por condenar os horrores cometidos pelos nazistas diante do fim da Segunda Guerra.

"Nuremberg, Sr. Presidente, reuniu e puniu inúmeros próceres nazistas e há muitos questionamentos, até hoje, que são feitos sobre o próprio julgamento. Por exemplo, se não foi um julgamento dos vencedores apenas; se a pena de morte dada como sentença não deveria ter sido a pena de prisão pelos crimes cometidos. São balizadores importantes", afirmou Renan.

Em seguida, Calheiros reforçou que a Comissão em questão durante a pandemia do novo Coronavírus não é um tribunal de guerra, nem de exceção.

"E é bom sempre lembrar que essa Comissão Parlamentar de Inquérito não é um tribunal de guerra, nem de exceção. É, sim, uma instituição da democracia. Não haverá aqui penas capitais; haverá o respeito absoluto ao devido processo legal; e a responsabilização eventual dos culpados será, se for, baseada em provas técnicas e objetivas", disse o relator.

Contudo, o clima que pairava a sessão esquentou enquanto Renan repercutia um trecho que compreende a saga de Hermann Göring, que foi alvo dos julgamentos de Nuremberg. Após a atitude, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), considerou o ato 'um absurdo'.

"Desculpe-me, Sr. Relator: é um absurdo querer comparar a situação que nós estamos enfrentando aqui [...] com o genocídio que ocorreu na Alemanha, disse o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

Omar Ariz, que é presidente da Comissão, afirmou que Calheiros poderia continuar com sua fala, entretanto, não poderia usar Nuremberg como referência durante a sessão.

“Senador Renan, vossa excelência, conclui, mas eu vou deixar muito claro que o que o senhor está lendo aí não pode ser utilizado como referência nenhuma a ninguém, até porque nós não temos... só um minutinho [...] Só um minutinho Senador Renan, eu pedi vamos começar as perguntas, vossa excelência está falando de uma das maiores atrocidades que houve na história", explicou Ariz.

Uma avaliação

O relator se defendeu ao afirmar que não estava comparando o julgamento dos nazistas com a CPI da Covid-19. “Eu estou fazendo uma avaliação. Eu não vou ser censurado", disse Calheiros.

Ele também enfatizou que não seria possível comparar os horrores do Holocausto com o impacto atual da pandemia do vírus em solo brasileiro, entretanto, Renan disse que o caso Herman Göring durante o julgamento muito se assemelha com o comportamento de ‘altas autoridades que testemunharam’.

"Senhoras e senhores, não podemos comparar [...] uma barbárie, como um holocausto, com uma tragédia como a pandemia no Brasil que até hoje já matou mais de 450 mil pessoas. Não podemos dizer, e, por isso, não há pré-julgamento", disse.

"Não podemos dizer que aqui ocorreu um genocídio, não podemos dizer ainda, mas podemos dizer sim que há uma semelhança assustadora, uma semelhança, terrível, uma semelhança tenebrosa, uma semelhança perturbadora no comportamento de algumas altas autoridades que testemunharam aqui na CPI e relato que acabei de ler sobre um dos marechais do nazismo no Tribunal de Nuremberg. Negando tudo, enaltecendo Hitler, apresentando-se como salvadores da pátria enquanto a história provou que faziam parte de uma máquina da morte", disse Renan Calheiros.