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Notícias / Civilizações

Roanoke: mistério de colônia perdida do século 16 foi resolvido, sugere estudo

Em 1587, a Colônia de Roanoke tentou se estabelecer onde hoje fica a Carolina do Norte, mas, quando o prefeito retornou de uma viagem à Inglaterra, o assentamento havia sido abandonado misteriosamente

Fabio Previdelli Publicado em 22/06/2020, às 10h13

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John White nas ruínas da colônia de Roanoke, em 1590 - Wikimedia Commons
John White nas ruínas da colônia de Roanoke, em 1590 - Wikimedia Commons

Na parte final do século 16, Sir Walter Raleigh tentou, em duas oportunidades, estabelecer um assentamento inglês permanente na América do Norte. A primeira tentativa de estabelecimento da chamada Colônia de Roanoke aconteceu na Ilha de Roanoke, no Condado de Dare — atual Carolina do Norte —, em 1585.

Após o fracasso, uma segunda colônia foi estabelecida em 1587 na ilha, depois que Sir Walter aprovou uma carta corporativa para fundar "a Cidade de Raleigh". Aproximadamente 115 pessoas concordaram em ingressar na colônia, que era composta por londrinos de classe média: homens, mulheres e crianças.

Após um ano difícil de fundação, o prefeito John White viajou à Inglaterra para solicitar recursos e ajuda. Após seu retorno, três anos depois, White descobriu que o assentamento havia sido abandonado e que sua esposa, filhos e todos os colonos haviam desaparecido misteriosamente.

A palavra CROATOAN e as letras CRO foram esculpidas em árvores dentro dos limites da colônia e eram os únicos sinais que apontavam para uma explicação. Os croatanos eram uma tribo que residia na ilha de Hatteras, junto com um nativo americano chamado Manteo, que havia aprendido inglês para atuar como intérprete.

Alguns historiadores argumentam que os colonos podem ter viajado para o interior e morrido devido ao esforço, outra teoria propõe que os colonos se reassentaram na ilha de Hatteras. Entretanto, nenhuma dessas especulações foi comprovada ao longo desses mais de 400 anos — pelo menos não até agora.

Isso porque, Scott Dawson, um arqueólogo amador na ilha de Hatteras criou a Sociedade Arqueológica Croatoan e iniciou um projeto para procurar os colonos perdidos na região. Com a ajuda do arqueólogo britânico, o professor Mark Horton, além de uma equipe de especialistas, Dawson começou a escavar o local em 2009.

O projeto descobriu vários itens do século 16, como anéis de cobre, cabos de espada, brincos, ardósias para escrever e vidro. Vários itens pessoais de mulheres encontrados em Hatteras dão mais argumentos à teoria de Hatteras, pois a colônia de 1587 foi o único assentamento contemporâneo a ter mulheres inglesas entre os colonos.

Em entrevista ao Oklahoma News 4, Horton declarou: “Quando essas colônias são abandonadas, você recebe enormes erupções e desentendimentos políticos, pessoas saindo e outras coisas. Portanto, não é improvável que um grupo tenha subido o Chesapeake, o Albemarle. Mas estou bastante confiante de que pelo menos um grupo, provavelmente a parte substancial, foi para a ilha de Hatteras.”

Com isso, o projeto, agora, acredita que localizaram o "acampamento dos sobreviventes", onde os colonos se estabeleceram em Hatteras antes de se integrarem aos croatanos. A equipe planejava realizar uma escavação arqueológica no local este ano, mas o surto de coronavírus fez com que a escavação fosse adiada até 2021.

Porém, isso não impediu que os resultados do estudo em andamento fossem compilados em um livro, "The Lost Colony and Hatteras Island", que também incluem detalhes de todas as descobertas dos nativos americanos encontradas pelo projeto.