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Notícias / Tarsila do Amaral

Sobrinha-neta de Tarsila do Amaral se pronuncia ao ser acusada de dever R$ 200 mil para a prefeitura de SP

Segundo a sobrinha-neta de Tarsila do Amaral, que possui o mesmo nome que a artista, ela foi vítima de um golpe, que resultou no valor da dívida

Redação Publicado em 14/02/2024, às 17h04

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Artista modernista Tarsila do Amaral, ao lado de sua pintura 'Abaporu' - Domínio público / O Estado de São Paulo - Seção de Periódicos da Biblioteca Mário de Andrade e Divulgação/Malba
Artista modernista Tarsila do Amaral, ao lado de sua pintura 'Abaporu' - Domínio público / O Estado de São Paulo - Seção de Periódicos da Biblioteca Mário de Andrade e Divulgação/Malba

A herdeira e sobrinha-neta de Tarsila do Amaral, que possui o mesmo nome que a pintora, mas é conhecida mundialmente como Tarsilinha, deve R$ 200 mil para a Prefeitura de São Paulo, segundo o site dos devedores do município. A dívida é resultado de uma multa decorrente de uma condenação por corrupção em 2019.

Naquele ano, a Manacá Produções e Empreendimentos Culturais, comandada por Tarsilinha, foi condenada a pagar R$ 90 mil em um processo que investigava o desvio de verbas públicas do Theatro Municipal de São Paulo. A dívida não foi quitada e hoje se encontra na casa dos R$ 200 mil, após correções monetárias e outros juros determinados pela Justiça. 

“Eu gostaria de esclarecer que fui vítima de um golpe pelos gestores do Theatro Municipal”, argumentou Tarsilinha ao jornal Folha de S. Paulo. Seu advogado, Arystóbulos Freitas, disse que a herdeira “errou na resolução” do golpe e está negociando a pendência com a prefeitura e o Ministério Público. 

Como resultado do processo de cobrança, Tarsilinha teve sua conta bancária temporariamente bloqueada. E conforme repercutido pelo jornal O Globo, a Prefeitura de São Paulo informou que a dívida da sobrinha-neta de Tarsila está atualmente em processo de cobrança judicial e que o procedimento é tratado sigilosamente.

Quebra de contrato

Segundo a investigação da prefeitura de São Paulo, a Manacá negociou três colaborações com a organização social responsável pela gestão do Theatro Municipal em 2015, o Instituto Brasileiro de Gestão Cultural. 

Os projetos, que totalizavam R$ 495 mil, tinham como objetivo a realização de duas mostras da Tarsila do Amaral nas dependências do teatro, uma sobre a vida da artista e outra com a exposição de telas que pertencem a Tarsilinha. Porém, as exposições não foram realizadas e o contrato acabou rompido.

William Nacked, ex-diretor da gestora do teatro, explicou que após o cancelamento das exposições, a Manacá embolsou R$ 90 mil, referentes às despesas, e reembolsou R$ 405 mil.

No entanto, ao invés de devolver essa quantia diretamente à gestora, Tarsilinha dividiu o valor em dois depósitos — um na conta pessoal de Nacked e outro na conta de uma empresa registrada em seu nome. Nem a herdeira, nem seu advogado, forneceram uma justificativa para essa ação, apenas alegam terem sido vítimas de um golpe.

Em 2017, durante depoimento ao Ministério Público, Nacked realizou essas declarações durante uma série de investigações relacionadas ao Theatro Municipal, que envolviam desvio de recursos, contratos fraudulentos e corrupção. Estas irregularidades ocorreram durante a gestão da organização social liderada por ele entre 2013 e 2016.

De acordo com informações do Ministério Público do Estado de São Paulo, pelo menos R$ 15 milhões foram desviados do teatro. Como resultado das investigações, o contrato da gestora com o local foi suspenso e tanto Nacked quanto outros envolvidos, incluindo José Luiz Herência, então diretor da Fundação Theatro Municipal, foram condenados.

A Controladoria também determinou que a empresa de Tarsilinha publicasse a condenação em um local visível ao público, como em um jornal de grande circulação, o que não foi realizado.

O advogado da herdeira argumenta que tal publicação seria desrespeitosa e está contestando o pedido. Já a prefeitura de São Paulo afirma que a empresa é obrigada a publicar a punição.