O navio Säntis, apelidado de “Titanic dos Alpes”, afundou em 1933; Agora ele será resgatado do fundo do Lago Constança, na Europa
Após mais de 90 anos desde seu naufrágio, uma embarcação apelidada de “Titanic dos Alpes” retornará à superfície. Em 1993, o navio Säntis foi propositalmente afundado no Lago Constança, entre a Suíça e a Alemanha, por ser considerado impróprio para navegação e muito caro para ser desmontado.
Graças a profundidade em que ele se encontra, de cerca de 210 metros, a escuridão e a falta de oxigênio preservaram o navio a vapor de 48 metros e possibilitaram a elaboração de planos para resgatá-lo e apresentá-lo ao público.
Conforme repercutido pelo Daily Mail, durante seus 40 anos de serviço, o Säntis realizou o transporte de balsa para passageiros que precisavam atravessar o Lago Constança, comportando até 400 pessoas por viagem.
Contudo, a decisão de mudar os seus motores de carvão para petróleo, e uma subsequente crise econômica na área, custou a atividade do navio, que teve de ser naufragado. A então proprietária do Säntis, Swiss Lake Constance Shipping Company, levou a embarcação até o meio do lago e a afundou.
Assim, ela permaneceu esquecida até 2013, quando uma expedição subaquática se deparou com os destroços. Após a descoberta, o navio foi comprado pela Romanshorn Ship Salvage Association, que traçou um plano para trazê-lo de volta à superfície.
O Säntis foi apelidado de 'Titanic of the Alps' (ou “Titanic dos Alpes” em português) por apresentar uma série de semelhanças com a embarcação da White Star Line. Segundo Silvan Paganini, presidente da Ship Salvage Association, ambos os navios possuíam uma máquina a vapor de três cilindros, algo “muito raro”.
Ele também percebeu similaridades na forma como as embarcações naufragaram. “A popa subiu ao ar com a bandeira hasteada alto, isso também era semelhante ao Titanic”, explicou Paganini.
Contudo, eles diferem na idade, pois o Säntis foi comissionado 20 anos antes do naufrágio do Titanic. Mas em razão das condições do lago montanhoso profundo, ele se encontra em melhor estado. O navio está tão bem conservado que os mergulhadores encontraram a pintura original intacta, mantendo o nome da embarcação ainda visível.
No entanto, o tempo para resgatar o Säntis pode estar se esgotando, pois ele está ameaçado de destruição por mexilhões Quagga, uma espécie introduzida na região e avistada pela primeira em 2016, mas que desde então têm se propagado rapidamente.
A preocupação é de que os animais em breve possam cobrir o Säntis com uma camada densa. Até o momento, já foram encontrados mexilhões na chaminé do navio, o que limita o tempo disponível para a empreitada, programada para março deste ano.
Segundo Paganini, “a solução mais econômica é usar sacos de elevação. Funcionam como balões subaquáticos: você os enche de ar e eles se elevam.”
Os mergulhadores fixarão esses sacos na embarcação e, em seguida, inflarão para trazer o navio mais próximo da superfície. Durante a primeira etapa, o Säntis será elevado ao leito marinho a uma profundidade de apenas 12 metros, antes de chegar a superfície em abril.
Uma vez resgatado, o navio será levado ao estaleiro próximo, em Romanshorn, para eventualmente ser exibido em algum museu da Suíça.