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Notícias / Brasil

Tripulantes de companhia aérea britânica mentem sobre assalto no Rio e podem responder por crime

Trio pode responder por falsa comunicação de crime, enquanto "passaram a noite inteira bebendo e usando drogas"

Redação Publicado em 16/11/2023, às 12h12

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Grant Lawrence Wheatley, Samantha Jo Naylor e Daniel Pickeiring, tripulantes que mentiram sobre crime no Rio - Arquivo Pessoal
Grant Lawrence Wheatley, Samantha Jo Naylor e Daniel Pickeiring, tripulantes que mentiram sobre crime no Rio - Arquivo Pessoal

No dia 6 de setembro, havia a previsão de sair às 21h50 do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, um voo da companhia aérea British Airways com direção a Londres, na Inglaterra. No entanto, ele precisou ser adiado em mais de 24 horas, devido uma confusão envolvendo três tripulantes do BA-248, o voo que atrasou, que só foi esclarecida mais recentemente.

Os três tripulantes — Grant Lawrence Wheatley, de 40 anos, Samantha Jo Naylor, de 39, e Daniel Pickeiring, de 31 — contaram à polícia do Rio que foram assaltados mais de uma vez, perdendo vários aparelhos celulares, e por isso não se apresentaram como deviam à empresa. No entanto, uma investigação da Polícia Civil do RJ descobriu que, na verdade, os três mentiram em depoimento; por isso, agora podem responder por falsa comunicação de crime.

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De acordo com o g1, Daniel, Samantha e Grant foram para a Pedra do Sal, na Zona Portuária do Rio, onde chegaram por volta da meia noite do dia 5 de setembro. Grant, no caso, relatou à polícia que bebia no local com os amigos, até que conheceu uma mulher e, após minutos de conversa, foi ao banheiro, onde ainda na fila tomou um gole de sua bebida e, a partir daí, alegou não se lembrar de mais nada, apenas de ter acordado na rua no dia seguinte.

Samantha e Daniel, no fim da noitada, pediram um táxi em direção à Barra, onde estavam hospedados. Porém, acabaram chegando a um posto de gasolina desativado no bairro de Vaz Lobo, onde foram assaltados por três homens, que levaram 2 celulares e alguns pertences, conforme a dupla relatou.

Samantha ainda teria usado um outro celular escondido para chamar um motorista de aplicativo mas, na volta, teriam sido assaltados mais uma vez, e assim perdido o último celular. Pouco depois avistariam uma viatura da Polícia Militar, a quem pediriam ajuda.

A verdade

No entanto, a investigação da polícia sobre o caso revelou que todo o trio teria mentido sobre as versões contadas às autoridades. "A investigação demonstra que eles não contaram a verdade. Não contaram o que de fato aconteceu naquela madrugada. Eles criaram essas histórias para tentar justificar provavelmente o comportamento inadequado, fora das regras da empresa", conta Danielle Bullus, delegada-assistente no caso.

Segundo a polícia, Samantha e Daniel podem ser vistos em imagens de câmeras de segurança no entorno da Pedra do Sal, já sem Grant, onde ficaram em uma mesa de plástico conversando com outro homem por aproximadamente 40 minutos, até que ele os convida para ir ao posto de Vaz Lobo. Os três então foram ao local, voltaram a beber — "por várias horas", segundo testemunha — e, de fato, tiveram um celular roubado.

Samantha e Daniel (de branco) conversando com homem ainda não identificado
Samantha e Daniel (de branco) conversando com homem ainda não identificado / Crédito: Reprodução/Vídeo/g1

Grant, depois de ter se separado de Samantha e Daniel, foi até um dos acessos do Complexo do Alemão, onde ele teria ido para consumir mais bebida e drogas, até o ponto em que ficou desacordado. Operários de uma obra na região o encontraram na Rua Itaoca, em Bonsucesso, o reanimaram e chamaram por socorro.

Enquanto todos aguardavam pela ambulância, o comissário ainda teria mostrado um pino com um pó branco, que a polícia acredita se tratar de cocaína. Após a chegada do veículo, o homem foi levado até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Del Castilho, onde contou que não conhecia o bairro e que passara a noite bebendo e consumindo drogas com outras duas mulheres.

Consequências

Patrícia Alemany, titular da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo, opina ao g1 que "o que causa espanto é como uma tripulação que tem uma função tão importante passa a noite inteira bebendo e usando drogas, sabendo que no dia seguinte eles teriam a responsabilidade de cuidar de dezenas de pessoas que viajariam por horas."

Agora, o trio pode responder por falsa comunicação de crime — que tem pena prevista de detenção de 1 a 6 meses ou multa —, devido às mentiras contadas para tentar não serem punidos pela empresa. A British Airways, por fim, informou também ao g1 que o caso "é um assunto para a polícia", e se isentou afirmando que o trio não estava escalado para trabalhar no voo que foi cancelado no dia 6; porém, o motivo do cancelamento não foi explicado.