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Notícias / Ucrânia

Ucrânia: Invasão russa aumentou uso de ecstasy, cogumelo e MDMA por soldados

Substâncias banidas após convenção da ONU, em 1971, voltaram a ser alvo de debate no país invadido; entenda!

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 11/11/2023, às 08h23

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Registro do atirador voluntário - Arquivo pessoal/Ghost of Bakhmut
Registro do atirador voluntário - Arquivo pessoal/Ghost of Bakhmut

Com a invasão da Rússia à Ucrânia se encaminhando para seu segundo ano, um debate vem aumentando dentro do país invadido: o uso de substâncias como 'cogumelos mágicos' e ecstasy para o tratamento de soldados.

Desde 1971, após uma convenção da ONU, o uso de LSD, DMT (que é extraída de plantas) e da psilocibina (retirada de cogumelos) foram banidas em todo mundo. Mas o conflito iniciado em fevereiro de 2022 aumentou o número de defensores das substâncias para uso terapêutico.

Em matéria publicada pela DW, psicoterapeutas apontam que usam cada vez com mais frequência essas substâncias para tratamentos, principalmente de soldados com Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).

Uma das defensoras do uso é Ksenia Voznitsyna, diretora do Centro de Tratamento de Veteranos de Guerra do Ministério da Saúde, que aguarda liberação do Parlamento para serem determinadas as diretrizes para terapia com substâncias psicodélicas.

Uma sessão normal de psicoterapia dura uma hora, no máximo duas. Uma pessoa com um trauma psíquico necessita de muitas sessões. Por isso a terapia costuma se estender por um ou dois anos", aponta.

Entretanto, o uso dessas substâncias pode acelerar o processo de cura. Porém, Voznitsyna faz um alerta: "Não é a droga que cura, mas a terapia".

Além do mais, vale ressaltar que a chamada psicoterapia só pode ser realizada em centros médicos. Cada sessão pode durar até oito horas e é exigido que todo o processo seja supervisionado e controlado por psicoterapeutas profissionais.

Estudos clínicos

Embora haja resistência, a legalização do uso do MDMA (o popular ecstasy) vem sendo apoiado por um estudo de fase três — que é o último nível para a aprovação de um medicamento — publicado na Nature, aponta a DW.

A pesquisa apontou a "segurança e eficácia" do MDMA e concluiu que seu uso "reduziu os sintomas de TEPT e os danos funcionais numa população heterogênea com TEPT de moderado a grave e foi, em geral, bem tolerada."

Levantamentos parecidos, agora sobre o uso de MDMA e da psilocibina, estão sendo realizados na Europa. Por lá, a diretora da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), Emer Cooke, afirmou ao Parlamento Europeu que a EMA entende a necessidade não só apoiar o desenvolvimento de psicodélicos, como também cooperar com eles.

Na Alemanha, por exemplo, um estudo a respeito da terapia com psilocibina, retirada dos "cogumelos mágicos" será concluído em breve. De acordo com o psiquiatra Gerhard Gründer, da Faculdade de Medicina de Mannheim, "estamos testando a eficácia e a segurança da psilocibina na depressão resistente à terapia".

Entretanto, ressalta que muitos pacientes que sofrem de forte depressão há anos não apresentaram qualquer tipo de melhora; ou seja, "a conclusão do estudo, para nós, é que podemos tratar estágios iniciais da doença."