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Notícias / Elis Regina

Volkswagen recebe processo ético por uso de imagem de Elis Regina

A cantora “apareceu” em comercial da marca através do uso de inteligência artificial

Redação Publicado em 10/07/2023, às 18h21 - Atualizado às 19h21

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Rosto de Elis Regina criado por inteligência artificial em comercial - Reprodução/Vídeo
Rosto de Elis Regina criado por inteligência artificial em comercial - Reprodução/Vídeo

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) decidiu abrir uma investigação para avaliar o anúncio da Volkswagen que apresenta a imagem de Elis Regina em uma de suas propagandas.

O objetivo é analisar se os herdeiros têm o direito de autorizar o uso da imagem da cantora falecida em uma peça publicitária criada por meio de inteligência artificial, em cenas fictícias nas quais ela nunca participou.

No comercial em questão, Elis Regina é mostrada dirigindo uma Kombi antiga e realizando um dueto com sua filha, Maria Rita, em outro veículo. O Conar também vai verificar se a propaganda deixou claro aos espectadores que a cena foi criada com o uso de inteligência artificial.

Essa abordagem pode ter causado confusão entre realidade e ficção, especialmente para o público mais jovem que não conhece a artista, levando-os a acreditar que a cantora ainda estivesse viva. O Conar irá analisar se a peça publicitária ultrapassou os limites éticos estabelecidos para a publicidade.

Emoção e críticas

Vale ressaltar que atualmente não existe uma regulamentação específica no Brasil que aborde o uso de inteligência artificial nesse contexto, o que torna o caso ainda mais complexo para o Conar.

A campanha da Volkswagen utilizou a tecnologia deepfake (que acontece quando o rosto de uma pessoa é substituído por outro feito a partir de inteligência artificial) para retratar Elis Regina, que faleceu em 1982 aos 36 anos de idade.

O produtor musical João Marcello Bôscoli, filho mais velho de Elis, manifestou sua emoção ao assistir ao comercial, mesmo diante das críticas que surgiram pela associação da imagem da cantora com a marca, que supostamente teve envolvimento com o regime militar. Bôscoli argumentou que é inviável restringir empresas que, em algum momento, tenham apoiado ditaduras, de acordo com a Folha de S. Paulo.