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Matérias / Música

Ditadura, carreira meteórica e legado: Há 40 anos, morria Elis Regina

Em entrevista exclusiva, Mayrton Bahia, produtor musical, professor e coordenador do curso de Graduação Tecnológica em Produção Fonográfica da Estácio, relembrou a história da cantora

Penélope Coelho Publicado em 22/11/2021, às 14h13 - Atualizado em 19/01/2022, às 14h26

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Elis Regina, em entrevista em 1982 - Divulgação/Youtube/TV Cultura
Elis Regina, em entrevista em 1982 - Divulgação/Youtube/TV Cultura

No dia 17 de março, do ano de 1945, nascia em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Elis Regina Carvalho Costa. Posteriormente, esse nome ficaria eternizado na história da música brasileira.

Cantora e intérprete de voz marcante, Elis Regina viveu como um furacão, com uma carreira intensa e meteórica pela música popular brasileira, entre as décadas de 1960 e 1980. Sua morte precoce em circunstâncias trágicas, aos 36 anos de idade, em 1982, causou comoção nacional.

Em entrevista exclusiva ao site Aventuras na História, Mayrton Bahia, produtor musical, professor e coordenador do curso de Graduação Tecnológica em Produção Fonográfica da Estácio, falou mais sobre a carreira e legado da artista que deu voz à canções como ‘Águas de Março’; ‘Como Nossos Pais’; ‘O Bêbado e o Equilibrista’ e ‘Madalena’.

A promessa de vida 

Inspirada pelas grandes artistas de rádio na época, Elis iniciou sua carreira artística no chamado Clube do Guri, um programa da rádio Farroupilha, em Porto Alegre, na década de 1950, como nos conta Bahia.

Na década de 1960, após chamar a atenção no segmento, foi para o Rio de Janeiro e apostou nos festivais musicais. Rapidamente se tornou a primeira grande artista que surgiu a partir dessas competições.

Elis Regina na juventude / Divulgação/Wikimedia Commons/Arquivo Nacional

“Durante os anos de 1960, Elis teve uma vida artística muito intensa, em plena era dos festivais”, afirma Bahia.

Na época, a cantora cumpriu uma intensa agenda de shows na Europa e teve a oportunidade de conviver de maneira ativa com novos compositores e arranjadores.

Na corda bamba 

De volta ao Brasil, a artista se deparou com um país diferente, conciliando sua carreira durante a ditadura militar no Brasil (1964 -1985), quando artistas foram perseguidos e censurados pelo regime.

“Com alguns de seus amigos artistas e compositores exilados acuados ou presos. Elis, temerosa com a situação volta para Europa, onde já colhia alguns frutos da sua investida internacional. Quando volta ao Brasil, toca em frente sua carreira, sem fazer parte de nenhum movimento musical da época”, relembra Mayrton, com base na biografia ‘Elis Regina Nada será como Antes’ (2015), de Julio Maria.

Engajada politicamente, a intérprete se envolveu em polêmicas em meio ao regime militar, chegou a afirmar que o país era governado por ‘gorilas’. Mas, também foi criticada pela oposição ao ser forçada a cantar o hino nacional durante um espetáculo.

Um dom, uma certa magia 

Polêmicas a parte, musicalmente Pimentinha — como foi apelidada por Vinícius de Moraes, em alusão a sua baixa estatura e personalidade explosiva — ficou marcada pela diversidade de seu reportório transitando por vários estilos, e por sua inigualável qualidade vocal.

“Não dá para separar a voz da Elis de sua interpretação! Do seu jeito de respirar, dividir e saborear as palavras, hora com balanço e swing, hora acentuando, suavizando, explodindo ou sussurrando. Elis tinha uma articulação perfeita, lapidando frases com uma dinâmica que vinha de dentro pra fora, a serviço do coração”, afirma o professor.
Elis Regina em 1969 / Crédito: Divulgação/Wikimedia Commons/ Domínio Público

Conhecida por interpretar canções de artistas que se tornariam grandes nomes da música popular brasileira, como, Milton Nascimento e Belchior, a cantora tinha uma excelente capacidade de escolha em seu repertório, o que reverbera até hoje:

Elis só gravava músicas que possibilitassem a ela dizer o que queria ou tinha necessidade de dizer [...] Estava sempre disposta a escutar, independentemente se o compositor era um novato ou estabelecido no mercado. Foi assim que ela revelou grandes compositores da música brasileira”, nos conta Mayrton.

Ferida viva 

Em 19 de janeiro de 1982, o Brasil amanheceu triste com a notícia da trágica e precoce morte de Elis Regina, em decorrência de uma overdose. Aos 36 anos, ela deixava uma legião de fãs e três filhos pequenos, João Marcello Bôscoli, Pedro Mariano e Maria Rita.

Quase quatro décadas após sua partida, Elis ainda é lembrada por suas obras, por sua personalidade, mas,  principalmente por sua voz e presença de palco, incomparáveis.

“Uma mulher que expressou na vida e na música, com força e com delicadeza, dor e coragem, seus mais profundos e verdadeiros sentimentos. Vai continuar como referência ainda por muitos anos”, finalizou Bahia.

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