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Sangue azul: A história por trás dos títulos reais de D. Amélia, a segunda imperatriz do Brasil

A pesquisadora Cláudia Thomé Witte revela os detalhes da linhagem nobre que D. Amélia fez parte antes de se tornar imperatriz brasileira

Isabelly de Lima, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 22/11/2023, às 21h00 - Atualizado em 24/11/2023, às 19h39

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Retrato de D. Amélia - Domínio Público
Retrato de D. Amélia - Domínio Público

Quando se fala sobre o período em que o Brasil ainda era um império, muito se pensa nas imagens dos imperadores do país, como Dom Pedro I e Dom Pedro II. No entanto, as mulheres daquele período foram de extrema importância tanto para o próprio império, ou seja, para a população, para a situação do território em olhos internacionais e, até mesmo, para as diversas relações diplomáticas que existiam naquele tempo.

Apesar de D. Leopoldina ser um grande nome na memória do povo brasileiro, ela não foi a única a ter tamanha importância no Brasil Império. Poucos relembram a história da última esposa de D. Pedro I, D. Amélia, que acompanhou seus últimos momentos em vida e teve um papel de extrema dificuldade: substituir a mulher mais popular do Brasil, até então.

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Capa do livro de Cláudia Thomé Witte - Crédito: Divulgação / Editora LeYa

Ela deveria ser imperatriz, uma boa esposa, um bom exemplo para seu povo e também uma boa madrasta, já que Pedro havia filhos do casamento anterior, que ainda eram crianças e precisavam de cuidados.

Para contar sua história tão rica, a escritora e pesquisadora Cláudia Thomé Witte lançou a obra ‘D. Amélia – A história não contada: A neta de Napoleão que se tornou imperatriz do Brasil’, pela editora LeYa.

Cláudia participou, em 2 de setembro, do Ciclo de Palestras, realizado na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, com curadoria de Paulo Rezzutti. Ela foi a palestrante que contou ao público detalhes da trajetória da neta de Napoleão Bonaparte que se tornou a segunda imperatriz do Brasil.

Família de nobres

Amélia é neta de uma das figuras mais importantes da história. Enquanto a maioria das pessoas lembra que Napoleão Bonaparte teve apenas um filho biológico legítimo, que morreu jovem e sem deixar descendência, Amélia, progênita do filho adotivo de Napoleão, pode ser considerada neta do lendário líder francês.

Biologicamente, seu pai, Eugênio, era filho de Josefina, a primeira esposa do imperador da França, que foi adotado pelo general por afeto à família de seu grande amor. As crianças foram frutos do primeiro casamento da então imperatriz francesa, que ficou viúva antes mesmo de conhecer Napoleão.

A mãe de Amélia, Augusta, era filha do príncipe eleitor da Baviera, que depois se tornaria o primeiro rei da Baviera. Durante a palestra, Cláudia explicou que Bonaparte a escolheu por motivos curiosos:

Augusta, mãe da Amélia, era conhecida na Europa, na época, como a princesa mais bonita do seu tempo. E Napoleão gostava dos superlativos, gostava do status que dava dizer que a princesa mais bonita da Europa fazia parte da família dele. Assim, ele escolhe essa pessoa para se casar com o filho adotivo, não só porque ela era muito bonita e tinha essa fama, mas também porque era descendente de uma dinastia muito antiga, a Wittelsbach, que era a casa reinante da Baviera”.

A pesquisadora ainda afirma que “todos esses casamentos configuravam alianças estratégicas, políticas e dinásticas. Ninguém estava preocupado se o noivo e a noiva gostariam um do outro. Isso era o que menos importava”.

Primeiras mudanças

Após a queda de Napoleão, em 1814, toda a estrutura ao seu redor começa a se desintegrar. As forças austríacas, por um lado, avançam sobre o norte da Itália, enquanto no sul, aquelas que se opõem ao príncipe Eugênio iniciam uma invasão. Diante dessa pressão dupla, o príncipe Eugênio se vê obrigado a fugir.

Príncipe Eugênio, filho adotivo de Napoleão - Crédito: Domínio público

E eles conseguem, então, se refugiar em Munique. Por quê? Porque o pai da Augusta era o rei da Baviera. Embora ele não estivesse do lado do Napoleão, aceitou a filha, o genro e os netos no exílio. E por isso, a Amélia, com dois anos, passa a viver na capital da Baviera, em Munique”, explica Witte.

A pesquisadora também relata que ela passou todos os anos, até seu casamento, na corte do avô. Cresceu com primos e tias que possuíam quase sua idade, se tornando, realmente, uma princesa na Baviera.

Novos títulos

O avô de Amélia deu a Eugênio o título de duque, permitindo com que ele tivesse propriedades em Munique e um título mais reconhecido. Quando ele fez isso, o príncipe Eugênio passou a ser duque de Leuchtenberg, e Amélia se tornou, então, princesa de Leuchtenberg.

Depois, ele comprou também terras em Eichstätt, e a jovem passou a ter o título, de princesa de Eichstätt e Leuchtenberg. Ela é considerada princesa não por ser filha de rei, mas de um duque.

Cláudia conta mais detalhes sobre a nova vida de princesa: “Na Baviera, os filhos dos duques também eram príncipes, por isso ela era considerada princesa, não por ser neta do rei, mas por ser filha do duque. O palácio que o pai dela manda construir é um edifício enorme, bem em frente ao Palácio Real, que chama Residência, e eles moravam e cresceram nesse palácio”.

Retrato de D. Amélia e a filha. Maria Amélia - Crédito: Domínio público

Anos mais tarde, quando Amélia tinha somente 17 anos, veio a se casar com Dom Pedro I, se tornando também imperatriz do Brasil, sofrendo mais uma alteração em seu status social.

Para conferir mais detalhes sobre a vida da família de Amélia e dos primeiros anos de sua vida, confira o podcast especial do Aventuras na História sobre D. Amélia, com os principais momentos da palestra de Cláudia Thomé Witte: