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Matérias / Avião fantasma

121 vítimas: A aeronave ‘fantasma’ que voou sozinha por 3 horas antes de cair

Voo que duraria pouco mais de uma hora acabou sofrendo acidente fatal ao atingir montanhas gregas, em 2005

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 15/01/2023, às 00h00

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A aeronave três dias antes da queda - Mila Daniel via Wikimedia Commons
A aeronave três dias antes da queda - Mila Daniel via Wikimedia Commons

No dia 14 de agosto de 2005, um Boeing 737 da companhia aérea grega Helios Airways partiu do aeroporto internacional de Lárnaca, no Chipre, e tinha como destino Praga, na República Tcheca — fazendo uma escala em Atenas.  

O voo 522 tinha duração programada de 1 hora e 23 minutos, mas logo no início do trajeto os problemas apareceram. O destino trágico das 121 pessoas na aeronave — sendo 115 passageiros — foi sacramentado por volta das 12h03, quando o avião colidiu com montanhas na capital grega. Não houve sobreviventes. Conheça a história do voo ‘fantasma’!

O destino fatal

Logo após a decolagem do voo 522, os primeiros alarmes sonoros começaram a soar na cabine dos pilotos. Algo certamente não estava certo. O primeiro deles foi ouvido quando a aeronave atingiu os 3 quilômetros de altitude, aponta newsletter Todos a Bordo, do UOL.

Quando o Boeing 737 passou dos 4,3 quilômetros, um novo sinal. Só que agora máscaras de oxigênio caíram na área dos passageiros. O cenário era de completo desespero. Havia problemas na pressurização. 

Neste momento, o piloto e o copiloto contactaram a central de manutenção. A Helios Airways tentava resolver a questão. Em solo, uma equipe sugeriu uma solução temporária, que desativava o sistema de alarmes. Para isso, o piloto precisou se levantar para desligar o circuit breaker. 

O último contato entre os comandantes e a equipe de manutenção ocorreu pouco antes da aeronave cruzar a marca dos 8,8 quilômetros de altitude. Acredita-se que, nesta marca, piloto e copiloto desmaiaram por falta de oxigenação na cabine.

Mesmo assim, o voo prosseguiu. A aeronave seguiu em piloto automático até alcançar altitude de cruzeiro, fase atingida por volta de 16 minutos após a decolagem. Meia hora após a partida no Chipre, o Boeing 737 entrou no espaço aéreo grego. Às 10h38, o avião entrou em uma órbita de voo de espera perto de Atenas. 

O voo fantasma

Ainda segundo a Todos a Bordo, nesta altura, os controladores de voo já haviam tentado, frustradamente, contato com a cabine dos pilotos. Suspeitava-se que a aeronave pudesse ter sido sequestrada

Pouco antes das 11 da manhã, caças F-16 foram chamados para acompanhar o avião em seu trajeto. Vinte quatro minutos depois, o avião ‘fantasma’ foi avistado. Os caças informaram que não conseguiam ver o piloto. O copiloto, porém, parecia inconsciente deitado nos controles. Nos minutos seguintes, alguém foi visto entrando, sem máscara, na cabine. 

O desespero seguiu até às 11h50, quando um dos motores parou de funcionar, por conta da falta de combustível. Com isso, a perda de altitude passou a ser uma questão de tempo. Quando desceu aos 2,1 quilômetros de altura, o segundo motor também parou. O ato final foi registrado às 12h03, quando o Boeing 737 colidiu com montanhas próximas à Atenas. Todos no voo morreram. 

O que aconteceu?

Segundo a Todos a Bordo, investigações posteriores encontraram uma falha na seleção da posição da válvula de pressurização da aeronave. Acontece que, na noite anterior ao voo, mecânicos fizeram testes no Boeing. 

Porém, eles mudaram a posição de automático para manual e não retornaram ao padrão após encerrarem o serviço. Já no dia do acidente, os pilotos poderiam ter resolvido essa questão durante a fase de checagem pré-voo ou após a própria decolagem, mas houve uma falha nesse quesito também. O erro custou a vida de 121 pessoas.