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Matérias / Espada

A curiosa espada de 900 anos encontrada no mar Mediterrâneo

Descoberta em 2021, a espada estava incrustada de conchas e teria pertencido a um soldado que lutou nas Cruzadas; entenda!

Ingredi Brunato Publicado em 25/08/2023, às 17h18 - Atualizado em 28/08/2023, às 09h37

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Fotografia da espada medieval quando descoberta no Mar Mediterrâneo, em Israel - Reprodução/Facebook/Autoridade de Antiguidades de Israel
Fotografia da espada medieval quando descoberta no Mar Mediterrâneo, em Israel - Reprodução/Facebook/Autoridade de Antiguidades de Israel

Neste mês de agosto, a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA, na sigla original), órgão do governo israelense que supervisiona as escavações, pesquisas e conservação de artefatos arqueológicos no país, mostrou as conclusões de um estudo realizado recentemente a respeito de uma curiosa espada.

Com 88 centímetros de comprimento e 4,6 cm de largura, a lâmina, descoberta no fundo do mar Mediterrâneo durante uma expedição subaquática de 2021, foi apelidada de Newe-Yam. Ela foi submetida a uma análise mais aprofundada por um time de pesquisadores que buscava descobrir mais detalhes a seu respeito.

Confeccionada entre 800 e 900 anos atrás, a arma provavelmente pertenceu a um soldado que lutou nas Cruzadas — conflito militar organizado pela Igreja Militar entre os séculos 11 e 13 durante o qual tropas tentaram expulsar o povo islâmico da Palestina, considerada pelos cristãos como a chamada "Terra Santa". 

Concreção marinha 

O artefato, vale mencionar, possuía seu exterior incrustado de conchas e sedimentos, ou seja, estava coberto por concreção marinha, que acontece quando objetos de ferro em processo de corrosão interagem com o ambiente oceânico, conforme explicado pelo portal The Wreck of the Week. 

O fenômeno, embora impeça os cientistas saberem como era a aparência original da espada Newe-Yam, é também o motivo pelo qual ela sobreviveu por tantos séculos, sendo mantida protegida da ferrugem: 

A concreção é responsável por desacelerar o processo de oxidação, preservando a espada em sua totalidade. Caso contrário, o ferro teria enferrujado e se desintegrado na água", explicaram os pesquisadores do Autoridade de Antiguidades de Israel através de uma publicação em sua página oficial do Facebook. 

Com o uso de tecnologias de raio-x, o time foi capaz de revelar o contorno da arma por baixo das camadas de conchas e sedimentos. Um detalhe curioso é que ela se encontrava torta, o que levou os especialistas a concluírem que a lâmina foi perdida em meio a uma batalha. 

Isso, pois, caso tivesse sido usada mais vezes, seu dono a teria endireitado, o que já era possível com as técnicas de moldar metais utilizadas na época. 

Achado valioso

O comunicado liberado pela IAA também explica o quão rara é a espada, o que torna sua descoberta particularmente importante para o estudo do período histórico ao qual ela pertence: 

"Considerando as batalhas sangrentas que ocorreram no país entre os cruzados e os muçulmanos, conhecidas por diversas fontes históricas, poderíamos esperar encontrar mais espadas desse tipo. Na prática, encontramos principalmente fragmentos, muito poucas espadas inteiras. Até o momento, foram encontradas no país sete espadas desse período, a maioria delas descobertas no mar", aponta o arqueólogo Jacob Sharvit na mensagem divulgada pelas redes sociais. 

O motivo por trás dessa raridade de lâminas medievais sobreviventes, é que eram feitas com ferro de grande qualidade, consideradas um bem valioso no período. Dessa forma, mesmo quando deixavam de ser usadas, seu metal ainda costumava ser reciclado para a fabricação de outros objetos. 

"Era a principal arma no combate corpo a corpo naquela época. As espadas exigiam muito ferro de qualidade e, portanto, eram caras. Além disso, a luta com espadas exigia treinamento e prática e, portanto, apenas a nobreza e os soldados profissionais lutavam com elas", descreveu ainda outro envolvido no estudo, Joppe Gosker, de acordo com o LiveScience.