Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Estados Unidos

Além de Trump: A única vez que um ex-presidente dos EUA foi mantido sob custódia

Donald Trump se entregou à Justiça de Nova York; pela primeira vez que um ex-presidente dos EUA ficou sob a custódia da Justiça desde 1872

Eduardo Lima, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 04/04/2023, às 16h46

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Os ex-presidentes estadunidenses Donald Trump e Ulysses S. Grant - Chip Somodevilla/Getty Images e GPA Photo Archive/Flickr
Os ex-presidentes estadunidenses Donald Trump e Ulysses S. Grant - Chip Somodevilla/Getty Images e GPA Photo Archive/Flickr

Nesta terça-feira, 4, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se entregou à Justiça norte-americana e esteve sob custódia para demonstrar conhecimento formal das acusações criminais pelas quais ele foi indiciado, relativas ao pagamento de suborno realizado para a atriz pornô Stormy Daniels, durante a campanha presidencial de 2016.

O então candidato não queria que informações sobre seu relacionamento de 2006 com Stormy se tornassem públicas. Uma investigação de cinco anos da promotoria distrital de Nova York revelou um reembolso irregular ao advogado que pagou o suborno e outras irregularidades comerciais. Esse episódio é a primeira vez, em 150 anos, que um presidente dos EUA foi mantido sob custódia pela Justiça.

Em 1872, o então presidente dos Estados Unidos, Ulysses S. Grant, 18º homem a ocupar o cargo, foi mantido sob custódia por andar muito rápido de carruagem em uma rua de Washington D.C., ocupando até hoje a posição de único presidente dos EUA a ser preso.

Velocidade

Grant foi preso por excesso de velocidade enquanto estava em uma carruagem de dois cavalos. Não era a primeira derrapada do presidente, visto que o policial da região havia dado uma advertência para ele dois dias antes pelo mesmo motivo.

O incidente não parece ter sido repercutido na mídia na época, segundo o jornal The New York Times. Porém, em 1908, o jornal The Sunday Star of Washington publicou uma entrevista com o policial que havia parado o presidente. Esse agente da lei era William West, homem que havia servido no exército da União do Norte durante a Guerra de Secessão dos EUA.

A história só foi confirmada mais de 100 anos depois pelo Departamento de Polícia de Washington. Pelo jeito, Grant e seus amigos estavam realizando uma corrida de rua quando foram presos. Na época, a fiança para eles foi de US$ 20, que hoje se traduz em 500 dólares.

Prisão

Outros ex-presidentes dos EUA já foram investigados criminalmente, como Richard M. Nixon Bill Clinton, mas nenhum deles foi levado sob custódia. Portanto, o episódio que envolveu Ulysses S. Grant é a situação mais próxima à de Donald Trump nesta terça-feira, 4.

Segundo o relato do jornal de 1908, o presidente Grant, quando foi levado à delegacia devido a um 'racha' de carruagens com seus amigos, tinha a expressão no rosto de um garoto que foi "pego no flagra pelo seu professor". Ele estava tranquilo quanto ao assunto, e até deu carona para o policialWest em sua carruagem até a estação de polícia.

Durante o trajeto, o presidente disse ao policial que ele não teria nenhum problema por 'prender' o presidente dos Estados Unidos, já que Grant admirava "um homem que cumpria seu dever".

O caso contra o presidente Grant e seus amigos foi ouvido no Tribunal Policial no dia seguinte à prisão, depois da liberação pela fiança. O juiz decidiu por multas pesadas para os amigos de Ulysses, que protestaram contra a ação, criticando a conduta do policial West. Ao que tudo indica, o presidente não estava presente na audiência, e só pagou sua fiança.

Nixon

Anos depois, um ex-presidente dos Estados Unidos quase foi preso. Em 1974, Richard Nixon estava sendo investigado criminalmente quando renunciou da presidência dos EUA. Seu sucessor, Gerald Ford, o concedeu um perdão presidencial incondicional, afirmando que um julgamento longo só polarizaria o povo norte-americano.

Entre os argumentos de Ford para o perdão, também estava o temor de que isso pudesse abalar a credibilidade interna e externa do governo dos Estados Unidos. 11 meses antes, o vice-presidente de NixonSpiro Agnew, não contestou uma acusação de evasão fiscal direcionada a ele e renunciou antes de seu colega de chapa.