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Matérias / Arqueologia

Possível animal de estimação da antiga elite: Relembre descoberta de macaco no Egito

Uma pesquisa realizada em 2020 examinou os ossos de primatas que viveram 2 mil anos atrás em uma cidade portuária egípcia

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 10/09/2021, às 08h00

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Fotografia mostrando esqueleto de macaco encontrado no local - Divulgação / Marta Osypińska
Fotografia mostrando esqueleto de macaco encontrado no local - Divulgação / Marta Osypińska

Em agosto de 2020 uma descoberta intrigante foi feita no Egito pelos Arqueólogos do Instituto de Arqueologia e Etnologia da Academia Polonesa de Ciências: os especialistas revelaram esqueletos de macacos enterrados no local onde ficava a antiga cidade portuária de Berenice. 

Um motivo pelo qual essa escavação impressionou os pesquisadores, que já estão fazendo um trabalho de exploração do sítio arqueológico desde 2018, é que os animais eram provenientes da Índia. 

Um método de escaneamento 3D permitiu que os restos mortais dos primatas fossem identificados como pertencentes às espécies indianas "Macaca mulatta" e "Macaca radiata", assim revelando que os animais foram transportados de um ponto para o outro. 

Fotografia de esqueleto de macaco encontrado / Crédito: Divulgação / Marta Osypińska

"Este é um achado único. Até agora, ninguém tinha encontrado macacos indianos em sítios arqueológicos na África. Curiosamente, nem mesmo fontes escritas mencionavam essa prática", explicou Marta Osypińska, que é uma zooarqueóloga e também a líder da expedição que fez o achado, em um comunicado que foi repercutido pela revista Galileu. 

“Sabíamos que especiarias, tecidos e outras commodities eram importados da Índia. Acontece que macacos também foram importados", comentou a pesquisadora ainda. 

Os compradores 

Um aspecto importante da descoberta é que os enterros ocorreram 2 mil anos atrás, ou seja, entre os séculos 1 e 2, época em que o Egito estava sob domínio do Império Romano. Nesse contexto, Berenice tornou-se um centro comercial de relevância, que conectava diversas regiões. 

Assim, ela foi uma região pelo qual muitos desses produtos indianos importados passavam, justamente, o que é comprovado também pelos outros achados feitos pelo mesmo grupo de arqueólogos. Estão entre eles pedaços de ânforas (vasos antigos) e esqueletos de outros animais, tais como cachorros, gatos e um leitão. 

Fotografia de macaco da espécie "Macaca mulatta" / Crédito: Wikimedia Commons

A hipótese oferecida pelos pesquisadores para explicar a presença dos primatas é que eles teriam servido como animais de estimação excêntricos para romanos abastados que habitavam a cidade.

Desafortunadamente, a tentativa de domesticação em um ambiente diferente da terra de origem dos animais teria falhado.

“Infelizmente, depois de chegar a Berenice, os macacos não conseguiram se adaptar e todos morreram jovens. Eles provavelmente não tinham frutas frescas e outros alimentos necessários", especulou Osypińska

Vale notar ainda que os esqueletos dos animais foram enterrados em uma posição semelhante à usada pelos macacos para dormir, e foi constatada ainda a presença de outros objetos em algumas covas. 

Um dos primatas, por exemplo, estava coberto por um tecido de lã, e outros dois possuíam conchas sobre suas cabeças. Uma das conchas, inclusive, seria originária da costa africana que é banhada pelo Oceano Índico, uma outra demonstração de como os donos dos animais teriam os recursos financeiros necessários para importar bens.


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