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Matérias / Arqueologia

Antiga necrópole grega é explorada pela primeira vez no subterrâneo de Nápoles

Antigas catacumbas de 2,5 mil anos foram encontradas graças a novas e avançadas tecnologias de pesquisa; confira mais detalhes!

Éric Moreira, sob supervisão de Ingredi Brunato Publicado em 03/05/2023, às 11h52

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Fotografias tiradas em antiga necrópole grega explorada em Nápoles - Divulgação/Valeri Tioukov et.al
Fotografias tiradas em antiga necrópole grega explorada em Nápoles - Divulgação/Valeri Tioukov et.al

Recentemente, pesquisadores realizaram um surpreendente feito nas profundezas de Nápoles, na Itália. Com uso de novas tecnologias que utilizam raios cósmicos e lasers, eles descobriram uma antiga necrópole grega de 2,5 mil anos.

De acordo com a Revista Galileu, os estudiosos já tinham consciência da existência do local, mas seu acesso só foi possível agora, graças às tecnologias de ponta empregadas, que permitiram estudar a estrutura sem a necessidade de escavá-la. Os resultados do estudo foram publicados nesta quarta-feira, 3, na revista Scientific Reports.

Com o estudo, realizado no bairro de Rione Sanità, foram revelados os restos mortais de dois gregos, que teriam colonizado a região originalmente, assim como as catacumbas de cristãos que ali viveram durante a era romana, há quase dois milênios.

Imagens obtidas da necrópole grega descoberta em Nápoles
Imagens obtidas da necrópole grega explorada em Nápoles / Crédito: Divulgação/Valeri Tioukov et.al

A pesquisa aponta que restos da antiga Nápoles — que possui uma longeva história remontando ao século VIII a.C. —, com seus edifícios, ruas, aquedutos e necrópoles, estão enterrados sob a atual cidade, a uma profundidade de aproximadamente dez metros.

E de todo este tesouro arqueológico subterrâneo, somente uma pequena parte é acessível aos arqueólogos, o que é feito através de estruturas antigas subterrâneas, como aquedutos do século XVI ou abrigos da Segunda Guerra.

Escavações arqueológicas sistemáticas nem sempre são possíveis em Nápoles, principalmente por causa de questões de segurança para edifícios e ruas em seus bairros altamente populosos", explicam os pesquisadores no estudo, sobre as dificuldades de se escavar a região.

Tecnologia de ponta

Compreendendo a dificuldade de se escavar Nápoles, bem como a inacessibilidade de alguns lugares, novas tecnologias para pesquisas subterrâneas foram empregadas para a exploração da necrópole grega em questão.

Entre elas, está a muografia, uma técnica que captura a passagem dos muóns — partículas subatômicas parecidas com elétrons, mas de maior massa. A partir dela, via emulsão nuclear, os rastros desses muóns são registrados em um filme fotográfico próprio, que pode capturar e visualizar os caminhos percorridos por essas partículas.

Após isso, foi feita uma varredura a laser 3D das estruturas subterrâneas, que foi comparada com a observação feita com o fluxo de muóns. Dessa forma, os pesquisadores identificaram um excesso de partículas em uma área de 2 x 3,5 metros, que seria o indicativo da existência da câmara funerária.

Por conta da profundidade onde a necrópole — que possivelmente pertencera a uma pessoa rica — se encontra, os pesquisadores acreditam que ela era do período helenístico da Nápoles, entre os séculos VI e III a.C.