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Matérias / Personagem

Arthur John Priest, o homem que sobreviveu ao Titanic e outros três naufrágios

Apelidado como "foguista inaufragável", o inglês passou por explosões, confrontos de guerra e até torpedos durante os tempos no mar

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 23/06/2020, às 11h37

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Retrato fotográfico de Arthur John Priest - Wikimedia Commons
Retrato fotográfico de Arthur John Priest - Wikimedia Commons

Nascido em 1887, o inglês Arthur John Priest teve uma infância nada confortável ao lado de onze irmãos, no entanto, buscou capacitação para ajudar nas despesas da casa o mais cedo possível. Vivendo em Southampton, o garoto passou a trabalhar em diversas indústrias, sempre com trabalhos braçais.

Seu principal talento, no entanto, foi revelado com Arthur trabalhando no mar; o jovem manejava o fogo como ninguém. Além de destemido e ágil, respeitava a segurança das embarcações para o uso do vapor como combustível, sendo uma referência na área. Em 1911, recebeu o convite que mudaria a sua vida, sendo chamado para trabalhar na White Star Line.

Responsável por diversas viagens no mar, a empresa chamou o inglês para prestar seus serviços de foguista em embarcações e, futuramente, naquele que seria o principal empreendimento da companhia, o RMS Titanic. Seu primeiro teste, no entanto, seria no navio-irmão RMS Olympic.

Fotografias relatam a gravidade do acidente entre o RMS Olympic e o HMS Hawke / Crédito: Wikimedia Commons

A chamada experimental acabou sendo marcada por um episódio que quase resultou em uma terrível tragédia, em 20 de setembro de 1911. O navio colidiu com o cruzador HMS Hawke, um navio menor que, por pouco, não virou.

Com o casco e estrutura destruídos, o foguista teve de auxiliar a equipe de reparo e dividir as tarefas entre a reposição de carvão e a manutenção. Apesar do susto, Arthur se saiu bem e agradou a empresa.

Dentro do Titanic

O maior navio no mundo naquela época não apenas causou uma crise na indústria do carvão pela demanda alta de combustível, mas também precisava de especialistas em fazer os mecanismos funcionarem.

Para garantir que o número de funcionários da embarcação suprisse a necessidade de trabalho, Arthur foi escalado apenas no dia 6 de abril de 1912, quatro dias antes da viagem inaugural do Titanic.

Com um contrato de £ 6 mensais, o inglês embarcou junto a equipe no dia 10, realizando um dos trabalhos mais desagradáveis no navio.

Muitas vezes tendo de tirar peças de roupa para diminuir o calor constante, Priest era um dos responsáveis pelo abastecimento dos gigantes fornos localizados na base do navio, que eram carregados com mais de 600 toneladas de carvão por dia.

Porém, na noite de 14 de abril, a colisão do navio com um iceberg impediu o prosseguimento de seu trabalho. Arthur identificou rapidamente que o choque resultaria em um desastre e direcionou-se ao convés o mais rápido que pôde, antes mesmo da população do navio ser completamente avisada.

Pulou no 15º bote salva-vidas, sendo resgatado na manhã seguinte pelo RMS Carpathia. Esse seria apenas seu primeiro naufrágio.

Foguista do impossível

No ano seguinte ao naufrágio do Titanic, Arthur passou a trabalhar na Royal Mail Steam, no RMS Alcantara, que realizava escalas de Southampton para o Rio de Janeiro, Montevidéu e Buenos Aires.

Com a Primeira Guerra Mundial, o transatlântico passou a ser usado como um cruzador mercante armado, sendo derrubado em batalha em fevereiro de 1916. 68 tripulantes do navio faleceram no confronto, mas o fogueiro saiu ileso.

Após o susto, Priest foi novamente amparado pela White Star Line, tendo o seu salário aumentado para que não reclamasse das condições de trabalho. Ainda em 1916, foi escalado para prestar seus serviços no HMHS Britannic, porém, em novembro de 1916, o navio colidiu com uma mina, resultando um uma explosão que também causaria um naufrágio. Na ocasião, a companhia já estava mais equipada para evitar uma tragédia maior e o funcionário foi novamente resgatado.

Os dois navios de batalha que Arthur embarcou durante a Primeira Guerra / Crédito: Wikimedia Commons / Maritime Archaeology Trust

O emprego que lhe sobrou foi no navio SS Donegal, uma balsa menor que servia como navio de ambulância na Primeira Guerra. Arthur passou a trabalhar no navio em 1917, porém, em abril, o navio foi torpedeado em ação inimiga, com a explosão resultando em mais um naufrágio. O barco estava próximo da terra e Arthur conseguiu salvar-se sem ajuda externa.

De acordo com a Encyclopedia Titanica, os episódios dificultaram sua inserção no mercado marítimo após 1917, alegando que foi forçado a se retirar do mar pois os outros trabalhadores tinham receio de trabalhar com ele.

Preferiu aposentar da vida aquática e passou o resto da vida em sua cidade-natal, onde casou-se e teve três filhos, até falecer em aos 49 anos vítima de uma pneumonia, em 1937.


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