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Matérias / Crimes

'Bandida': A saga da ex-chefe do crime na Rocinha que inspira filme

Interpretada pela atriz Maria nos cinemas, a produção é inspirada em história real situada na Rocinha dos anos 1980

Wallacy Ferrari Publicado em 07/11/2022, às 18h06 - Atualizado em 15/12/2022, às 10h03

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Montagem de Raquel e a atriz que irá interpretá-la - Divulgação / TV Globo / Paris Entretenimento
Montagem de Raquel e a atriz que irá interpretá-la - Divulgação / TV Globo / Paris Entretenimento

Em produção pela Paris Entretenimento, o filme "Bandida" chamou atenção da imprensa especializada brasileira ao trilhar a história de uma traficante, chefe de um importante morro no Rio de Janeiro, que assume o posto máximo do crime organizado ao ter o companheiro capturado por policiais.

No enredo, ainda sem previsão de estrear, quem interpreta a protagonista é a cantora e ex-BBB Maria, mas se engana quem acredita que a personagem que a artista dará vida é obra de ficção. Na verdade, o enredo é inspirado na escritora e ex-traficante Raquel de Oliveira, autora da obra "A Número Um", que foi lançada em 2015.

A autobiografia narra a trajetória da autora ao crescer na favela da Rocinha, sendo vendida ainda criança pela avó a um bicheiro que dominava os comércios na região. Contudo, foi acolhida ainda na adolescência pelo tráfico de drogas, em contrastante tomada de poder, sendo uma das envolvidas no domínio do tráfico local.

Sua trajetória vira quando ela passa a se relacionar com o chefe do tráficoEdnaldo de Souza, nacionalmente conhecido pelo apelido Naldo durante a década de 1980, tendo sua captura comemorada pela classe policial e amplamente coberta por veículos de imprensa locais. Com a prisão do criminoso, quem assumiu os negócios foi Raquel.

Dentro do tráfico

Em trechos do livro, ela revela os bastidores ao trabalhar com a contabilidade da venda de drogas, sempre acompanhada de homens armados, inclusive com fuzis, armamento que na época foi capaz de atrair a atenção da forças de segurança pública do pais, visto que sequer equipava tropas.

De acordo com ela, não apenas foi integrada nessa vida com violência, como se tornou uma pessoa de comunicação violenta e chegou a chefiar 17 homens simultaneamente, além de se tornar dependente química. No entanto, abandonou o crime após pouco menos de dois anos da prisão de Naldo, sem chegar a ser acusada formalmente pela polícia.

Raquel de Oliveira em biblioteca / Crédito: Divulgação / TV Globo

No ano de lançamento do livro, ela foi entrevistada pelo programa 'Fantástico', da TV Globo, afirmando que, através de terapias e grupos de ajuda contra a dependência química adquirida nos anos que esteve perto das drogas, ela conseguiu transformar as memórias em um livro, que dá base ao filme dirigido por João Wainer.

O que eu estou fazendo é tirar meus esqueletos do armário. E eu estou me revelando para mim mesma, embora eu escreva para o leitor. Eu escrevo para o outro saber que eu estou ali sentindo aquilo. É isso o que eu faço. Eu não tinha esse conceito de que a vida é boa, do importante que é viver, do milagre que é a vida”, disse ao veículo.