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Matérias / Jeffrey Dahmer

Os intensos relatos do pai do canibal Jeffrey Dahmer sobre os crimes do filho

Lionel Dahmer, pai do canibal que chocou os Estados Unidos com crimes hediondos, faleceu aos 87 anos após cuidados paliativos

por Thiago Lincolins

tlincolins_colab@caras.com.br

Publicado em 06/12/2023, às 11h22 - Atualizado às 11h31

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Lionel e Jeffrey Dahmer durante entrevistas - Reprodução/Vídeo
Lionel e Jeffrey Dahmer durante entrevistas - Reprodução/Vídeo

Foi anunciada nesta terça-feira, 6, a morte de Lionel Dahmer, pai de Jeffrey, criminoso que ficou conhecido como 'Canibal de Milwaukee' após chocar os Estados Unidos com assassinatos a sangue-frio de homens e jovens. 

O óbito de Lionel foi confirmado pelo Departamento de Saúde do Condado de Medina, em Ohio, ao New York Post. No entanto, não foram divulgadas maiores informações sobre a causa da morte.

Ao The Sun, uma fonte disse que o idoso passava por cuidados paliativos desde outubro. A saúde do pai de Jeffrey teria declinado após a morte de sua esposa. Jeffrey chocou os Estados Unidos com crimes marcados pela crueldade. 

O canibal

Ele entrou para lista de maiores assassinos ao matar, canibalizar ou desmembrar 17 homens e meninos entre 1978 e 1991. A saga de crimes foi retratada na série 'Dahmer: Um Canibal Americano', da Netflix, que chocou a audiência. 

Quando os assassinatos passaram a estampar os jornais, Lionel se posicionou em entrevistas ocorridas em talk shows. Durante entrevista a Charles Gibson, no Good Morning American, na década de 1990, ele compartilhou sua visão a respeito do que teria motivado os crimes de Jeffrey.

Lionel Dahmer durante entrevista /Crédito: Reprodução/Vídeo

"O mais próximo que pude chegar do porquê - para dar algum tipo de causalidade para tudo isso - é que eu acho que foi uma coisa cumulativa", afirmou ele durante a entrevista.

O pai do canibal também relembrou acontecimentos de sua vida que podem o ter influenciado. "Acho que houve vários acontecimentos na vida dele, começando com a operação de hérnia, a preocupação de ter o pênis cortado, que ele expressou à mãe na época, eu nem sabia disso até o julgamento em fevereiro de 92", afirmou ele. 

Como resultado, Lionel acreditava numa série de episódios que se acumularam e coincidiram a sua sexualidade aflorada, aos 14 ou 15 anos. 

"Todas essas coisas chegaram a um final cumulativo e isso se conectou, acredito firmemente que isso se conectou à sua sexualidade aos 14 ou 15 anos. Realmente não havia sinais evidentes. Ele não estava espumando pela boca ou falando sozinho durante o sono, ou agindo de uma forma estranha", disse ele. 

Como repercutido pelo New York Post, Lionel descreveu que o filho era 'maravilhoso' na infância, mas "muito recluso" enquanto crescia. 

"Essa é outra coisa que eu gostaria de transmitir aos pais, mesmo que seus filhos pareçam inofensivamente tímidos, tentem expressar suas preocupações e raiva", afirmou ele. "Porque se eles não falam com ninguém, não há nenhuma verificação da realidade, e eles não conseguem distinguir entre fantasia e realidade".

A timidez e interações

Já em entrevista à Oprah Winfrey, em 1994, o pai do Jeffrey voltou a falar sobre a personalidade do filho, no entanto, enfatizou que não viu sinais 'evidentes'. 

"Os únicos sinais que vi foram timidez e relutância em se envolver em interações sociais, esse tipo de coisa. Mas realmente nenhum sinal evidente de qualquer tipo", afirmou ele. 

Jeffrey Dahmer durante entrevista /Crédito: Reprodução/Vídeo

Já em 2020, durante participação no documentário 'Mind of a Monster', Lionel disse que o divórcio com a mãe de Dahmer foi um choque para o garoto na época. 

"Jeff reagiu mal, saiu e começou a bater nas árvores com um galho, aparentemente porque sentiu que perdeu o controle e ficou obviamente frustrado com isso", explicou. “Ele voltava para casa bêbado do colégio, a bebida ficava cada vez pior e eu falei sobre os perigos de ele continuar, mas acho que naquela época ele estava muito viciado física e mentalmente".

Lionel também aproveitou para destacar que o filho não sofreu abuso físico ou sexual durante a infância. Assim, ele compartilhou um alerta aos pais que o assistiriam.

“Não tenho muitas evidências científicas para isso, mas esta é uma mensagem que quero dar aos pais: sinto que se um jovem, especialmente um homem, passa pela puberdade e guarda tudo dentro, engarrafa tudo dentro sem falar aos colegas, amigos, família sobre qualquer coisa sobre seus medos, raiva, frustração, sinto que é muito possível que todos esses medos se misturem com seu despertar sexual, tanto que não entendem o que está acontecendo", desabafou.