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Matérias / Brasil

Comprada por dom Pedro I e devastada pelas chamas: a saga da múmia da Princesa Kherima

Antes do cadáver egípcio queimar junto com o restante do acervo brasileiro, gerou histórias curiosas

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 22/08/2021, às 09h00

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Fotografia da múmia Kherima - Divulgação / Museu Nacional
Fotografia da múmia Kherima - Divulgação / Museu Nacional

Em 2018, o Brasil observou com horror enquanto um incêndio descontrolado consumia o valioso acervo de nosso Museu Nacional, causando uma perda cultural inestimável não só ao país, mas à humanidade como um todo. 

Era a maior instituição de História Natural e Antropologia da América Latina, e trazia ainda registros únicos, que não existiam em nenhum outro lugar, segundo relatou o diretor do local, Alexander Kellner, em uma entrevista de 2018 à BBC. 

Tinha material etnográfico que representava tribos distintas. A existência dessas tribos se resumia a um exemplar que estava na nossa coleção. Essas tribos correm o risco de serem riscadas da história como se elas nunca tivesse existido", explicou ele. 
Fotografia da noite do trágico incêndio / Crédito: Wikimedia Commons

Entre os mais de 20 milhões de preciosos itens históricos perdidos para as chamas, estava a peculiar múmia egípciaKherima

O cadáver egípcio, que entrou no Brasil com um comerciante de antiguidades, foi comprada em leilão por ninguém menos que o Imperador Dom Pedro I.

Posteriormente doada para o Museu Nacional, teve um fim triste, sendo devastada pelo fogo.

Esse era um exemplar muito importante, por conta do tipo de enfaixamento, que preservava a humanidade do corpo; no caso, o contorno do corpo feminino", explicou Rennan Lemos, um doutor em arqueologia, também durante conversa com a BBC na época.

A maioria dos processos de mumificação da época embalava o corpo de uma vez só, enquanto a técnica usada na egípcia foi responsável por enfaixar seus membros de forma separada. 

Fotografia mostrando aparência comum de uma múmia / Crédito: Wikimedia Commons

Além de exibir esse estilo detalhista de enfaixamento que podia ser observado em apenas outros oito exemplares no mundo inteiro, contudo, Kherima possuía também uma história curiosa. 

O cadáver de 2 mil anos de idade, segundo diziam certos relatos nacionais, era capaz de provocar transes naqueles que a tocavam, ou simplesmente chegavam perto dos restos mortais. 

Princesa hipnotizadora

A reputação da múmia começou nos anos 60, período em que era permitido erguer a tampa do vidro que a protegia, e tocar nela. Um exemplo famoso repercutido pelo G1 ocorreu quando uma moça que encostou nos pés do cadáver enfaixado disse que aquela era uma princesa de Tebas chamada Kherima

A jovem então continuou, aparentemente tomada por um transe, e disse que a integrante da realeza egípcia morreu ainda virgem, tendo sido esfaqueada. A causa de morte, vale mencionar, nunca foi oficialmente desvendada por pesquisadores. 

Durante essa mesma época, um professor da Sociedade de Amigos do Museu Nacional chamado Victor Staviarski passou a dar aulas de egiptologia nas proximidades da múmia. Esses exóticos cursos, todavia, incluíam também a presença de médiuns e hipnólogos, o que apenas serviu para aumentar o mistério em torno de Kherima

Algumas pessoas diziam que conversavam com a múmia e ela respondia. Em uma dessas conversas, ela teria dito que seria uma princesa do Sol, mas isso não faz o menor sentido científico, porque esse não era um título do Egito Antigo", afirmou Lemos à BBC. 

Quaisquer que fossem os segredos da princesa de Tebas, porém, perdemos a oportunidade de decifrá-los depois do incêndio de 2018. 


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