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Matérias / Brasil

Criado por brasileiro, chuveiro elétrico se popularizou durante urbanização do Brasil

Francisco Canho foi o responsável pela invenção presente na casa de inúmeros brasileiros

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 16/02/2023, às 20h00 - Atualizado em 07/12/2023, às 14h31

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Exemplar de chuveiro elétrico dos anos 90 - Ale Pictures
Exemplar de chuveiro elétrico dos anos 90 - Ale Pictures

Importante objeto para higiene pessoal, o chuveiro elétrico trouxe conforto e comidade aos brasileiros. Um banho quentinho quando acordamos ou antes de irmos dormir, já se tornou algo terapêutico para muitos — mas sem o desperdício de água, ok?

O que poucos sabem, no entanto, é que o chuveiro elétrico é uma invenção não tão velha assim, sendo criada por um brasileiro, chamado Francisco Canho, nas primeiras décadas do século passado. 

É bem verdade que o uso do chuveiro como um item indispensável de higiene pessoal já é usado há muito tempo. Segundo artigo do Jornal da USP, por exemplo, já era possível encontrar um objeto semelhante no Egito e na Grécia

Imagem ilustrativa/ Crédito: Pixabay

Entretanto, há um detalhe básico mudado para o uso da rotina do brasileiro. Antigamente, o aquecimento da água era feito de maneira separada. Já na Europa das últimas décadas, a água era aquecida via gás. Mas foi no Brasil que o uso da rede elétrica se tornou uma novidade. 

Chuveiro elétrico

O primeiro modelo de chuveiro elétrico 'moderno' foi criado por Francisco Canho, em 1927, que tinha uma pequena oficina na cidade paulista de Jaú, no interior do estado. Além do aquecimento a gás, a lenha era outra forma das pessoas terem água quente para a higiene pessoal. 

Entretanto, muitas cidades brasileiras não contavam um sistema de gás tão extenso e abrangente como a Europa, o que fez com que o chuveiro elétrico se tornasse uma excelente alternativa para os brasileiros. 

Ao jornal da USP, o eletricista Fernando de Lima Caneppele, especialista em energias renováveis e professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos de Pirassununga(FZEA) da instituição, aponta que os chuveiros de antigamente possuíam uma estrutura semelhante aos atuais: com o aquecimento de uma resistência que eleva também a temperatura da água. Que, por sua vez, é distribuída pelos orifícios por um espalhador. 

“A diferença é que, naquela época, sua resistência era composta de níquel e cromo ou liga de dois metais, o que aquecia de forma repentina a água. Esse aquecimento repentino era fruto do alto ponto de fusão dos metais utilizados. O que representava grande perigo aos usuários e possibilidade de causar queimaduras”, aponta Caneppele

Imagem ilustrativa/ Crédito: Pixabay

Aliado a isso, o equipamento não tinha uma isolação adequada para os condutores elétricos. Como seu corpo também era feito de metal, o risco de choques era imensamente maior do que atualmente. 

Mas Canhos chegou para resolver tudo isso, desenvolvendo o primeiro modelo de chuveiro elétrico mais moderno, com chave seletora para diferentes temperaturas, também tornando-o mais seguro e de fácil instalação.

Francisco Canho foi o responsável por aprimorar o chuveiro, resolvendo os problemas de segurança e criando o primeiro a operar de forma automática ao se abrir o registro de água”, explica Fernando de Lima. “O que conferiu a ele o nome de inventor do aparelho”.

A popularização e a patente

A popularização do chuveiro elétrico aconteceu em paralelo ao processo de urbanização do país, o que facilitou a expansão da ideia. Apesar disso, Canho acabou não registrando o produto na época, fazendo isso apenas em 1943; quando empresas maiores já fabricavam o chuveiro elétrico. Na década de 1950, a italiana Lorenzetti adquiriu a patente do produto. 

Entre as décadas de 1960 e 1970, a popularização da matéria-prima do plástico contribui para uma mudança significativa no chuveiro elétrico, que passou a ter a carcaça feita com o material — assim como conhecemos atualmente.