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Matérias / Machado de Assis

A crônica em que Machado de Assis chorou a morte da mãe

Filho de Maria Leopoldina da Câmara Machado, Machado de Assis perdeu a mãe quando ainda tinha nove anos de idade

Éric Moreira Publicado em 21/05/2023, às 10h00 - Atualizado em 01/01/2024, às 10h48

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Machado de Assis, um dos maiores nomes da literatura brasileira - Foto por Fundação Biblioteca Nacional pelo Wikimedia Commons
Machado de Assis, um dos maiores nomes da literatura brasileira - Foto por Fundação Biblioteca Nacional pelo Wikimedia Commons

Indiscutivelmente, um dos maiores nomes da literatura brasileira é o carioca Joaquim Maria Machado de Assis. Nascido em 21 de junho de 1839 no Rio de Janeiro, ainda hoje é razão para diversos estudos e conversas, afinal, como desvendar se Capitu traiu ou não Bentinho em 'Dom Casmurro' (1899), ou mesmo ficou sem ler na escola o clássico romance 'Memórias Póstumas de Brás Cubas' (1881)?

Um fato curioso a respeito de Machado de Assis, é que por mais que seja um nome de notoriedade, e algumas obras sejam sempre relacionadas a ele, nem tudo que escreveu foi realmente assinado. Como consequência, ainda existem muitas obras dele que seguem perdidas.

No entanto, o que nem todos sabem sobre o renomado escritor, é que sua vida foi marcada por um triste fato enquanto ainda era criança: em 1849, quando ainda tinha somente nove anos, sua mãe, Maria Leopoldina da Câmara Machado, faleceu devido ao sarampo.

O pesquisador independente Felipe Rissato descobriu, em 2016, um texto anônimo chamado 'Lembranças de Minha Mãe', publicado na segunda edição da Revista Luso-Brasileira. Só posteriormente que viria o fato mais interessante: aquele era um texto machadiano.

Embora o texto não tenha sido assinado por Machado de Assis, Felipe Rissato disse que tem certeza da afirmação de que aquela crônica foi escrita pelo 'Bruxo do Cosme Velho', pois, cruzou "as referências", de acordo com a Folha de S. Paulo em reportagem de 2016.

Apesar de a antiga Revista Luso-Brasileira não possuir nenhum texto assinado por Machado, ele aparecia sempre como um expediente da marca, contribuindo grandemente para ela. Além disso, alguns poemas assinados por ele tratam justamente da perda precoce que teve da mãe, além de já ter publicado um texto no jornal chamado 'A Marmota', onde menciona ter perdido a mãe aos nove anos, da mesma forma como a crônica.

Confira a seguir trechos da crônica em que Machado de Assis chora a morte de sua mãe:

"Eu era pequeno, era feliz; porque não conhecia os enganos do mundo [...]; inocente corria por entre campinas, colhia flores e ia derramá-las sobre minha mãe [...]", escreve Machado bem nas primeiras linhas da crônica. "Oh! Eu sou infeliz, muito infeliz... Aos 9 anos perdi minha mãe, fiquei só no mundo; só como a rola sem ninho! Entrei no mundo das desilusões e dos enganos [...]."

"[...] E haverá quem não chore uma mãe? Quem não sinta um vácuo no coração quando uma lágrima se desliza sobre o túmulo de uma mãe?", lamenta em outro ponto do texto.

Já ao fim, chora mais uma vez o trágico evento: "Como eu sofro!... Minha mãe, lá da mansão dos justos, lança a benção sobre teu filho, pede a Deus pela felicidade do padecente. Eu sem ti [...] chorarei sem consolação."