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Matérias / Personagem

Da "descoberta" de Machu Picchu a acusação de corrupção: Conheça Hiram Bingham III

O explorador foi responsável por popularizar a apelidada "Cidade Perdida" do Peru e pode ter inspirado Indiana Jones

Caio Tortamano Publicado em 30/07/2020, às 19h19

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O explorador Hiram Bingham III - Wikimedia Commons
O explorador Hiram Bingham III - Wikimedia Commons

Vivendo no Reino do Havaí no final do século 19, enquanto ainda não tinha sido anexado aos Estados Unidos, Hiram Bingham III só saiu de sua terra natal para avançar os estudos, encontrando Massachusetts como destino principal.

Quando se formou no ensino médio, entrou em algumas das melhores universidades do país, como Yale e a Universidade da Califórnia. Hiram foi um dos alunos do primeiro curso sobre história da América Latina no país, e desde então o seu fascínio pela região floresceu de maneira acentuada.

A formação do rapaz chamou atenção de Harvard, que na época não tinha muitos especialistas sobre o tema, e admitiram Bingham depois de uma série de exames. A partir daí, o rapaz passou a dar aulas de história e política na universidade, passando a viver em Yale — que também estava em busca de um profissional da área.

Essa intensa saga acadêmica teve uma pausa pouco tempo depois. Apesar de não ter formação como arqueólogo, em 1908, Hiram estava na delegação para o Primeiro Congresso Científico Pan Americano, em Santiago, Chile. E no caminho de volta parou brevemente no Peru para participar de uma expedição até a cidade inca de Choquequirao.

Explorador

Essa visita realmente mudou a percepção que o rapaz visionário tinha acerca das sociedades americanas. Isso porque ele passou a imaginar o número de cidades incas que poderia descobrir. Assim, em 1911, organizou uma expedição ao lado de profissionais de Yale até o Peru. E foi justamente nessa viagem que ele realizaria sua maior contribuição para o mundo ocidental.

As cidades em sua maioria não eram desconhecidas. Além dos povos milenares que viveram nelas séculos atrás, muitas pessoas já tinham conhecimento do que existia ali. Foi com a ajuda deles que a expedição de Bingham alcançou cidades como Vitcos e Vilcabamba — catalogadas corretamente e de maneira acadêmica, pois mesmo nas comunidades locais não havia certeza sobre a identidade dos lugares em si.

Uma cidade, porém, chamou atenção do havaiano. Era Machu Picchu, até então esquecida pelos peruanos — a não ser por um pequeno grupo que morava nos próprios vales da cidade. Bingham acreditava plenamente que o fantástico local tinha um sentido religioso que ainda seria descoberto.

Pesquisas modernas, porém, divergem dessa visão, afirmando que Machu Picchu era, na verdade, uma cidade-estado onde os líderes incas se dirigiam ao lado de súditos mais próximos para passar o verão. 

“Descoberta”

Essas diversas expedições realizadas pelo professor universitário foram responsáveis por abrir os olhos da população acadêmica para o grande sítio arqueológico. Com as ruínas cobertas por vegetação, era difícil entender a dimensão do complexo. Bingham notou o fino acabamento do Templo do Sol, mas reclamou: “Não é isso o que procuro”. E realmente não era.

Para o homem, todos os itens encontrados no local teriam um propósito científico maior, reivindicando, acima de tudo, os artefatos retirados do Peru. A vida do explorador ficou marcada por uma descoberta que não existiu, mas esse era um fato que a sociedade na época não estava muito atenta.

Hiram Bingham III também publicou o livro A Cidade Perdida dos Incas, contando acerca de suas diversas expedições até Machu Picchu, que vendeu como água nos Estados Unidos. A sua influência era tamanha, que Bingham é tido como uma das inspirações que George Lucas usou para criar o arqueólogo aventureiro Indiana Jones, protagonista de uma série famosa de filmes.

Controvérsias e vida pessoal

Apesar de não ter sido o primeiro explorador a ir para Machu Picchu, Hiram foi o que ficou mais famoso com o feito. Outros pesquisadores e arqueólogos que foram até o local antes, como o missionário britânico Thomas Payne e o engenheiro alemão J. M. von Hassel, reivindicaram essa fama que somente o havaiano aproveitou. Todavia, foi em vão.

Hiram em pintura / Crédito: Wikimedia Commons

Além de explorador, o homem ocupou o cargo de governador de Connecticut, em 1924, também entrando para o Senado americano depois do suicídio de um republicano. Seu trabalho era elogiado, tanto que chegou a se reeleger em 1926.

Mas sua atuação na política foi alvo de polêmica. O Subcomitê Judiciário do Senado investigou um suposto acordo entre Bingham, um funcionário e um lobista — que passava informações extra-oficiais para o escritório do senador acerca de ações irregulares.

Esse funcionário em questão recebia um dia de folga, enquanto o lobista recebia o pagamento da carga horária fantasma do ajudante do senador, podendo participar como membro do Senado em reuniões fechadas sobre legislações tarifárias. Um claro esquema de corrupção.

O Senado optou por não tomar nenhuma ação pública contra o ex-explorador. Em resposta, Bingham declarou que a ação do comitê não passava de uma caça às bruxas, e quis ir à público se defender das acusações, mas foi vetado pelos senadores, que praticaram uma espécie de censura. Hiram faleceu em 1956 em Washington, D.C, no dia 6 de junho aos 80 anos.


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