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Matérias / Japão

Daisen Kofun, a mais misteriosa tumba do Japão

Parte das impressionantes Tumbas de Mozu, o monumento megalítico é considerado o maior do tipo no país

Isabela Barreiros Publicado em 04/10/2020, às 06h00

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A Daisen Kofun, maior tumba do Japão - Wikimedia Commons
A Daisen Kofun, maior tumba do Japão - Wikimedia Commons

Monumentos que homenageiam pessoas importantes que já morreram são comuns em inúmeros territórios ao redor do planeta. Das majestosas pirâmides do Egito, que guardavam as múmias dos faraós e seus familiares, vamos até o Japão, onde estruturas conhecidas como kofun passaram a acomodar os corpos de figuras notáveis.

No período entre o final do do século 3 e o século 6, foram construídas pelo menos 20 mil tumbas imponentes no arquipélago japonês. Esses anos podem ser considerados o pico da construção dessas estruturas, que são vistas na região até os dias de hoje e continuam causando curiosidade.

O que se sugere é que os túmulos monumentais representem a grandiosidade da pessoa que seria enterrada ali, a partir da expressão "formas e design do kofun", que ditava a construção dessas instalações. A tradição cultural fazia com que essa estilização esteja relacionada à ordem hierárquica sociopolítica e o vínculo entre as regiões do país.

O maior kofun de todos

Crédito: Wikimedia Commons

A Daisen Kofun está localizada no conjunto conhecido como Tumbas de Mozu, na cidade japonesa de Sakai, na Prefeitura de Osaka. De forma mais simples, elas consistem em instalações de montes de pedra e pedras propriamente ditas erguidas sobre túmulos de indivíduos poderosos.

O período em que essa tradição alcançou seu ápice ficou conhecido como Período Kofune e foi durante esses anos que o Mozu Kofungun foi construído. Originalmente, o local possuía mais de 100 túmulos majestosos desse tipo, porém apenas metade desses monumentos continua erguida.

Em relação à sua estrutura, podem possuir muitas formas, sendo mais comuns as tumbas redondas e retangulares. Dentro desses locais foram encontrados ainda ao longo dos anos, além dos corpos das pessoas enterradas, objetos feitos tanto de ferro quanto de bronze, armas como pontas de flechas e espadas, pregos e fivelas. 

A Daisen Kofun é a maior e mais conhecida das Tumbas de Mozu. Acredita-se que ela tenha sido construída durante o século 5 e, por meio de pesquisas, foi possível concluir que a sepultura especial, que tem o formato de buraco de fechadura, possui 486 metros de comprimento e 305 metros de largura. O monumento é cercado por três fossos e dois diques.

Devido ao seu grandioso tamanho, especialistas consideraram que o local demorou ao menos 20 anos para ser construído em sua totalidade. Uma investigação realizada no local no final de 2018 pela Agência da Casa Imperial, o órgão governamental responsável pelas questões referentes à família imperial, revelou que o esforço e a mão de obra necessários para a construção da tumba foram maiores do que se imaginava.

Reconstrução em 3D da tumba / Crédito: Wikimedia Commons

Os pesquisadores descobriram que o dique interno da tumba, que possui uma área total de 65 mil metros quadrados, estava totalmente pavimentado. Eles já imaginavam que o túmulo havia sido coberto com pedras, mas não totalmente, como foi identificado.

Segundo o professor de arqueologia da Universidade Kyoto Tachibana, Kazuo Ichinose, estima-se que 50 milhões de pedras foram utilizadas. Ele explicou que “se um pavimento de pedra também existiu nos diques, o tempo e o esforço dedicados a recolher as pedras e carregá-los devem ter sido imensos”.

“Cercados por objetos de argila e pedras brancas, podemos imaginar o dique interno tendo uma imagem sagrada como um santuário”, explicou Katsuhisa Takahashi, professor da Universidade Hanazono. Ele disse que o pavimento em questão provavelmente funcionava para manter o local limpo.

Durante muito tempo, pouco se sabia com certeza sobre a Daisen Kofun. Ainda não é possível afirmar com toda certeza, mas pesquisas realizadas no local também indicam que ele demandou tantos recursos porque a tumba seria a responsável por guardar o corpo do imperador Nintoku, que governou entre os anos de 313 até 399.


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