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Matérias / Brasil

De D. Amélia a Tarsila do Amaral: Palestras relembram mulheres importantes na construção histórica do Brasil

Com curadoria de Paulo Rezzutti, as palestras ocorrem na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano e homenageiam mulheres importantes

Isabelly de Lima Publicado em 27/04/2023, às 20h00

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Montagem do prédio da fundação com as homenageadas na série de palestras - Divulgação / Fundação Maria Luisa e Oscar Americano e Wikimedia Commons / Domínio Público
Montagem do prédio da fundação com as homenageadas na série de palestras - Divulgação / Fundação Maria Luisa e Oscar Americano e Wikimedia Commons / Domínio Público

Neste ano, a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano inicia uma de suas séries que marca, definitivamente, a retomada da programação do local. Em parceria com o pesquisador e escritor Paulo Rezzutti, a fundação realiza o Ciclo de Palestras Histórias do Brasil, que resgatará a trajetória de mulheres importantes na formação da história do Brasil.

A Fundação Maria Luisa e Oscar Americano passou muitos anos numa reformulação administrativa. O núcleo cultural ficou restrito a série de música, mais tradicional da cidade de São Paulo e já faz parte do calendário da música clássica, de câmara (lírica). Nos últimos anos, a fundação acabou se restringindo do ponto de vista de um calendário cultural de atividades na questão da música.

Em entrevista exclusiva ao site Aventuras na História, o pesquisador Érico Vital Brazil contou que o conselho da instituição já estava revendo alguns objetivos e propondo uma revisão nesse calendário, no entanto, devido à pandemia, esse planejamento foi suspenso. Como o resto do mundo, a fundação precisou se adaptar às mudanças globais. Com isso, foi criada uma série de música virtual, que deu muito certo.

Nova série 

Um dos atuais eventos da fundação é a série literária, que é bimestral. A instituição homenageia um autor ou autora referencial dentro da literatura universal. Para migrar para outros polos culturais e aprofundar tais conhecimentos, foram realizadas exposições temporárias, aproximando o público da vida e da obra desses autores. 

No entanto, em 2023, inicia-se uma nova série na fundação, com a curadoria de Paulo Rezzuti que é ligada à História, a fim, de fato, de conhecer esse público. Segundo Érico, o acervo é extremamente expressivo no que diz respeito à história do país.

O acervo

Existem peças importantíssimas do período colonial, como quadros, louças, peças imobiliárias, entre outros. Há também itens do período imperial e objetos de mestres modernistas, tal como Candido Portinari e Lasar Segall. 

O acervo conta histórias do Brasil, sendo muito representativo em números. Além do Museu Imperial, acredita-se que esse arquivo seja o segundo mais importante no que se refere a peças.

Essa série do Paulo começa com tal tipo de perspectiva, de conseguir, a partir de peças da Fundação, contar a História”, afirma Érico. “No acervo, nós temos itens das princesas, então o nosso intuito é fazer essa ligação com o que temos”.
Acervo da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano - Crédito: Divulgação / Fundação Maria Luisa e Oscar Americano

Homenagem às mulheres

Na série de palestras que se inicia em maio, Rezzutti decidiu fazer uma homenagem às mulheres, chamando especialistas mulheres para falar da trajetória de nomes que marcaram a nossa história. O que Vital Brazil vê com alegria.

É muito importante trazer nomes de mulheres porque até um tempo atrás, poucas mulheres eram citadas nos livros de História. No máximo, a princesa Isabel quando se referiam à história do Brasil. Isso é algo recente, essa ideia de efetivamente colocar em pauta a participação feminina na construção do nosso país, e isso é fundamental, tanto para nós resgatarmos essa memória, quanto para as gerações futuras, é um ato de justiça”.

A primeira homenageada será Tarsila do Amaral. Em seguida, as princesas Isabel e Leopoldina, depois, a Imperatriz D. Amélia, seguida pela Condessa de Barral. Já as palestrantes de cada dia serão, respectivamente, Mary Del Priore, Maria de Fátima Moraes Argon, Cláudia Thomé Witte e Ana Cristina Francisco. Todas são especialistas, que dedicaram muito tempo em pesquisas. 

Tarsila do Amaral

A maioria das homenageadas são mulheres que fizeram parte da história do Brasil Império, contudo, Tarsila do Amaral não entra nesse número. O pesquisador explica a razão de ela ter sido escolhida como um dos temas centrais:

A Tarsila foi inclusa por conta da exposição e também pelos 50 anos de sua morte, agora em 2023, e os 100 anos da Semana de 22, celebrados ano passado, e Tarsila é um ícone do movimento modernista, ainda que não tenha participado da Semana”.

“A Tarsila, entretanto, não é que nós tenhamos no acervo algo especialmente dela, porém, estamos com uma exposição — exibida desde 1º de abril até 25 de maio — com uma coleção muito importante da autora, contando com desenhos que nunca saíram de Itu, que está na Fundação Marcos Amaro”.

A artista Tarsila do Amaral - Crédito: Wikimedia Commons / Domínio Público

Essa coleção permaneceu anos “engavetada”. Quando a fundação de Itu os comprou e restaurou, o resultado foram  200 desenhos inéditos, dos quais mais de 100 foram trazidos para a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano. São anotações de viagens, dos ateliês que frequentou na Europa, além de desenhos que esboçam o que ela trabalharia ao longo de sua vida. Esse é o motivo pelo qual Paulo decidiu começar pela artista.

Acessos diferentes

O público também poderá ver peças da coleção da Fundação. O plano é realizar uma exposição temporária — nas salas onde se encontra a exposição de leques comemorativos. Mas será uma exposição modesta, que durará cerca de 8 a 10 meses.

A ideia é que, ao final das palestras, nós convidamos os participantes a visitarem o acervo, para que o público possa ver o que acabou de ser dito nas falas das palestrantes”, diz Brazil.

Outro ponto de destaque da instituição é a continuidade com os trabalhos musicais — principalmente devido ao fato de que os pilares da instituição são a música e o meio ambiente, tendo uma área de preservação da Mata Atlântica. Essa série musical é de curadoria do pianista Eduardo Monteiro, que já está há mais de 7 anos na função, e hoje é diretor cultural do espaço.

Os concertos acontecem uma vez por mês e são um grande sucesso, sempre aos domingos, às 11h30. No ano passado, iniciou-se a série online, que levou os concertos para inúmeras pessoas no Brasil. O estilo tocado é a música de câmara com alguns instrumentos.

A programação presencial não é a mesma da online. Então, na verdade, são 10 concertos presenciais e 8 ou 9 de forma online, e são distintos, então são apresentações diferentes umas das outras. É muito agradável de participar, nos dois formatos”.

Garanta seu ingresso!

Para adquirir ingressos para a série de palestras de Paulo Rezzuti, clique nos nomes a seguir:

06 de maio - Tarsila do Amaral

08 de julho – Princesas Isabel e Leopoldina

02 de setembro: Imperatriz D. Amélia

11 de novembro – Condessa de Barral