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Matérias / Personagem

Doença e pobreza: Os tristes finais das filhas de Karl Marx

Em meio à melancolia e filosofia, as herdeiras do pensador tiveram vidas difíceis marcadas pela miséria

Redação Publicado em 15/04/2021, às 08h00

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Karl Marx, suas filhas e Friedrich Engels - Wikimedia Commons
Karl Marx, suas filhas e Friedrich Engels - Wikimedia Commons

Os bastidores da obra política de um dos mais importantes pensadores de todos os tempos possui histórias complicadas e até mesmo trágicas. A vida de Karl Marx foi marcada por dificuldades econômicas e mortes, em um contexto especialmente conturbado devido às suas escolhas políticas.

Em 1843, o filósofo se casou com Jenny von Westphalen, com quem teve sete filhos. No entanto, apenas três garotas conseguiram chegar à idade adulta: foram elas Jenny, Laura e Eleanor. Períodos difíceis causados pela pobreza e pelas constantes mudanças eram realidade para a família Marx.

"Se tivesse que começar de novo, [Marx] declarou, ele teria escolhido a mesma vida de revolucionário, mas não teria se casado: sua esposa sofria demais e estava angustiada por suas filhas serem expostas ao mesmo destino", explicou o historiador marxista Victor G. Kiernan em um artigo da London Review of Books, como repercutido pela BBC.

Ainda em meio às dificuldades, porém, as filhas de Marx ocuparam um papel importante para a divulgação do marxismo. Para Juan Manuel Aragüés, da Universidade de Zaragoza, elas “têm um perfil próprio, evidentemente ofuscados pela enorme figura do pai, mas o papel que elas desempenham tanto na esfera prática quanto na dimensão criativa não pode ser ignorado”. 

A filha mais velha

Retrato de Charles e Jenny Longuet / Crédito: Wikimedia Commons

As herdeiras do filósofo cresceram em meio a situações conturbadas de mudanças constantes causadas pela perseguição ao pai, dificuldades econômicas e, em alguns casos, problemas de saúde. O próprio Marx sofreu com sua saúde frágil ao longo de toda a sua vida, que acabou cedo, aos 64 anos. 

A primogênita do casal foi a que mais lidou com essas questões. Já na infância, ela apresentava uma saúde debilitada que continuou ao longo de sua vida, marcada por doenças constantes. Ela se tornaria a primeira das filhas a falecer, ainda muito jovem, aos apenas 38 anos.

A jovem Jenny morreu devido a um câncer de bexiga quatro meses depois do parto de sua única filha, a neta do pensador, e essa perda devastou Karl. Como disse David Leopold, da Universidade de Oxford, à BBC, "as pessoas que o conheciam disseram que foi quando ele perdeu o desejo de viver".

A do meio e a mais nova

Retrato de Laura Marx / Crédito: Wikimedia Commons

A primogênita morreu devido a problemas de saúde, mas as outras duas filhas de Marx tiveram finais causados por elas mesmas: tanto Laura quanto Eleanor cometeram suicídio em momentos diferentes. 

Laura era casada com o ativista de esquerda Paul Lafargue, pensador responsável pela introdução do marxismo na Espanha, autor do livro “O Direito à Preguiça”, famoso em sua época. Os dois viveram períodos difíceis de pobreza e perderam três bebês logo nos primeiros meses de casamento. 

Embora o casal participasse ativamente da militância política marxista, as perdas marcaram suas vidas de maneira devastadora e permanente. Eles cometeram suicídio juntos, aos 66 e 69 anos, de maneira planejada, no dia 25 de novembro de 1911.

"Eles vão ao cinema, compram um doce em uma doceria, caminham e quando voltam para casa cometem suicídio", explicou Juan Manuel Aragüés. "Eles haviam planejado milimetricamente a decisão de cometer suicídio."

Lafargue inclusive deixou uma nota em que explicava seus motivos: "Estando saudável no corpo e no espírito, tiro minha vida antes da velhice implacável, que me privou dos prazeres e alegrias um após o outro, e que me despojou da minha força física e intelectual, pode paralisar minha energia e quebrar minha vontade, tornando-me um fardo para mim e para os outros".

Retrato de Eleanor Marx / Crédito: Wikimedia Commons

A mais nova das irmãs, Eleanor, cometeu suicídio por se sentir nauseada e apática em relação às infidelidades do companheiro, o socialista Edward Aveling. No dia 31 de março de 1898, ela tomou uma dose de ácido prússico para acabar com a sua vida depois de Aveling aparecer em sua casa pela última vez. 

Eleanor escreveu em um papel antes de falecer: "Querido, muito em breve tudo terminará. Minha última palavra para você é a mesma que eu disse durante todos esses anos longos e tristes, amor".


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