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Matérias / Homem mais alto

A dura saga do homem mais alto que já existiu

Robert Wadlow viveu até os 22 anos, quando chegou aos 2,74 metros, e morreu por um motivo pequeno comparado à sua estatura

Redação Publicado em 16/07/2022, às 08h00

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Robert Wadlow aos dez anos e na juventude, ao lado do pai - Domínio Público via Wikimedia Commons
Robert Wadlow aos dez anos e na juventude, ao lado do pai - Domínio Público via Wikimedia Commons

O homem mais alto de todos os tempos teve uma vida bastante difícil, que terminou por conta de um problema que parecia pequeno — especialmente para quem foi o sujeito de maior estatura a existir.

Robert Pershing Wadlow nasceu em 22 de fevereiro de 1918 na cidade de Alton, nos Estados Unidos, e conseguiu fama em todo o mundo por conta do seu tamanho fora do normal causado por uma disfunção que o impedia de parar de crescer.

Por consequência desse problema, o rapaz chegou a medir 2,23 metros de altura aos 13 anos de idade e, aos 19, chegou aos 2,54 metros, se tornando o homem mais alto do mundo, segundo o Guinness World Records.

Crescendo em estatura, os membros de Wadlow também aumentavam consideravelmente e ele tinha pés gigantes, por exemplo, que mediam cerca de 47 centímetros, o que exigiria um sapato tamanho 70. Por isso, sofreu com lesões nos pés ao longo de toda sua vida.

Problema com os pés

Sapato de Robert comparado a um de tamanho comum / Crédito: Doug Coldwell via Wikimedia Commons

Aos 14 anos, o jovem fraturou os ossos do pé durante uma brincadeira com um amigo. Três anos depois, precisou recorrer ao atendimento médico mais uma vez em decorrência de uma infecção causada por uma almofada de sapato que usava para apoiar o arco dos seus pés especialmente grandes.

O fato de sempre ter problemas com os pés e necessitar ir ao hospital por conta deles fez com que Robert fosse obrigado a usar uma tornozeleira que o ajudasse a sustentar sua enorme estatura.

Um diagnóstico feito pelo médico legista Charles Humberd, que estudava gigantismo, em 1936, revelou que Wadlow não era capaz de sentir toque, dor ou sensação térmica nos pés, em uma falta de sensibilidade que colaborou para que ele não sentisse uma bolha que surgiria ali.

Usar sapatos para os pés gigantes que causavam tantos problemas também era caro porque os calçados precisavam ser feitos especialmente para ele. Na época, chegavam a custar cerca de US$ 100, segundo a revista Galileu.

Como os custos eram elevados, Robert passou a viajar junto com a empresa responsável pelos sapatos para cobrir o valor, a International Shoe Company, para promover o produto feito sob medida para ele.

No entanto, foi durante uma dessas viagens que sua saúde começou a deteriorar — e os problemas seriam tantos que resultaria na sua morte.

Durante um desfile do Dia da Independência no Manistee National Forest Festival de 1940, em Michigan, o jovem voltou ao seu quarto de hotel com febre devido a uma infecção causada por uma bolha séptica em seu tornozelo direito.

A hipotermia acabou sendo resultado de a cinta de ferro — usada para que ele apoiasse as pernas — estar mal ajustada em seu corpo. Por não possuir sensibilidade nos pés, Robert não sentiu a gravidade do ferimento.

Morte de um gigante

A causa da morte do homem mais alto do mundo foi extremamente pequena: uma bolha. Uma cirurgia de emergência foi realizada ali mesmo no quarto de hotel, mas o americano acabou piorando gradativamente e faleceu devido à infecção.

Robert Wadlow morreu no dia 15 de julho de 1940. Ele tinha 22 anos e media 2,74 metros. Seu caixão precisou ter cerca de 3 metros, ser carregado por pelo menos 16 pessoas e ficou com parte para fora do carro funerário, sendo coberto por um pano preto.

A maioria dos objetos usados por ele ao longo de sua vida foi destruído pela família, que não queria que os artefatos fossem exibidos como “bizarros” ou “gigantes”. Além disso, a sepultura foi selada com concreto para evitar que o corpo fosse exumado.

Ainda assim, estima-se que 33.295 pessoas foram até o funeral para ver o corpo de Robert. Ele ainda ganhou uma estátua de bronze em tamanho real, erguida na sua cidade natal em 1985, para imortalizá-lo.