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Matérias / Voo Rio-Paris

Há 15 anos, avião que saiu do Rio com destino a Paris causava 228 mortes

Rumo a Paris, o voo AF447 da Air France partiu do Rio de Janeiro no dia 31 de maio de 2009, mas nunca chegaria de fato em seu destino

Avião que sofreu trágico acidente em 2009 - Foto por Pawel Kierzkowski pelo Wikimedia Commons
Avião que sofreu trágico acidente em 2009 - Foto por Pawel Kierzkowski pelo Wikimedia Commons

Nesta sexta-feira, 31 de maio, chegou ao Globoplay o novo documentário 'Rio-Paris: A Tragédia do Voo 447'. O lançamento ocorre 15 anos após o terrível acidente que vitimou, entre tripulação e passageiros, 228 pessoas — das quais 59 eram brasileiros.

O voo AF447, da companhia Air France, saiu do Rio de Janeiro às 19h30 do dia 31 de maio de 2009. Porém, algumas horas após a decolagem, já na madrugada do dia 1º de junho, a aeronave caiu em meio ao Oceano Atlântico, pouco depois de deixar o Nordeste brasileiro; ninguém sobreviveu.

Vale mencionar que o local em que a queda ocorreu é considerado de difícil acesso, por isso demorou alguns dias para que os primeiros corpos e restos do avião fossem encontrados. Já as caixas pretas e a maior parte da fuselagem, foram localizadas anos depois, em abril de 2011.

+ 15 anos depois: O que se sabe sobre a série documental que retrata tragédia do voo da Air France

Segundo revelou as investigações, a queda do avião ocorreu graças a uma série de fatores. Por exemplo, ele passou por uma forte tempestade tropical no trajeto, próxima à linha do Equador, da qual várias outras aeronaves já haviam desviado. Então, devido às baixas temperaturas, os tubos de pitot — que apontam a velocidade do avião — congelaram, e o piloto automático foi desligado.

Nesse momento, quem estava comandando a aeronave era Pierre-Cedric Bonin, de 32 anos, o menos experiente dos comandantes a bordo; Marc Dubois, de 58 anos, o mais experiente, estava dormindo.

Sem os tubos de pitot, o avião começou a sofrer com o estol, perdendo sua sustentação. Nessa situação, o que deve ser feito pelo piloto é abaixar o nariz da aeronave, mas sem entender exatamente o que enfrentava, Bonin optou por levantá-lo. O controle do avião não foi recuperado e, mesmo com a eventual intervenção do comandante mais experiente, ele colidiu com o mar.

Parte do avião que foi encontrado em alto-mar / Crédito: Divulgação/Globo

Inquérito

Segundo o UOL, a versão final do inquérito sobre o acidente foi apresentada somente 3 anos depois, em 2012, pelo Escritório de Investigação de Acidentes Aéreos da França. Segundo o órgão, a tragédia foi provocada por uma junção de falhas mecânicas, erros dos pilotos e falta de treinamento de toda a tripulação para pilotagem manual.

Segundo o documento, a decisão errada do copiloto não foi condizente com o procedimento padrão, e as informações fornecidas pela própria aeronave teriam sido contraditórias, podendo "ter confundido os pilotos e os induzido ao erro". Também é descrito que o acidente "poderia ter acontecido com qualquer outra tripulação".

Disputa jurídica

Embora os relatórios tenham apontado falhas mecânicas no incidente, o caso jurídico contra a Airbus e a Air France foi eventualmente arquivado, em agosto de 2019. Porém, isso seria apenas mais uma disputa judicial sobre o caso que, até recentemente, seguia na Justiça.

Em 2021, familiares das vítimas e o sindicato de pilotos recorreram, e os processos por homicídios involuntários foram reabertos contra a Airbus e a Air France. "Esperamos que este processo seja o julgamento da Airbus e da Air France e não dos pilotos", declarou a presidente da associação de parentes de vítimas na época.

No caso, a Air France foi julgada por não implementar o treinamento adequado e nem fornecer informações necessárias aos pilotos sobre o possível congelamento dos tubos de pitot. Já a Airbus, por "subestimar a gravidade" das falhas nas sondas de velocidade, colaborando inclusive no mau-treinamento das tripulações. Porém, ambas as empresas negavam qualquer culpa.

Por fim, em abril de 2023, quase 14 anos após o acidente, a Airbus e a Air France foram absolvidas de qualquer culpa, com a Justiça Francesa concordando com a declaração de inocência, atestando que embora as empresas tenham cometido algumas falhas, ainda não era possível estabelecer uma relação de causalidade com o acidente. Ainda assim, a Air France indenizou as famílias de algumas das vítimas.