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Matérias / União Soviética

Há 49 anos, três astronautas morriam brutalmente na missão Soyuz 11 da URSS

Conheça 5 fatos sobre o projeto que colocou medo na NASA e se tornou uma mancha das atividades aeroespaciais soviéticas

Wallacy Ferrari Publicado em 30/06/2020, às 07h41

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Os tripulantes da missão Soyuz 11 reunidos em fotografia - NASA
Os tripulantes da missão Soyuz 11 reunidos em fotografia - NASA

1. Equipe de última hora

Buscando reestabelecer a imagem das missões espaciais da União Soviética, a Soyuz 11 fazia questão de que o seu lançamento ocorresse no dia correto com as pessoas perfeitas, independente de qualquer fator externo. A equipe original escalada para a missão consistia em Valeri Kubasov, Alexei Leonov e Pyotr Kolodin.

Escolhidos a dedo durante meses de testes, foram avaliados para o equilíbrio de funções da nave e até mesmo questões anatômicas e psicossociais. O engenheiro de voo Valeri Kubasov, entretanto, acabou apresentando problemas de saúde dias antes da partida, deixando a missão suspensa até a identificação dos sintomas.

Ao ser diagnosticado com tuberculose, o integrante e os dois outros passageiros foram descartados, visto que a condição poderia acometer a todos na nave e prejudicar sua realização. Com a mudança, foi escalada equipe de apoio, que era liderada pelo engenheiro de voo Vladislav Volkov, que estava em sua segunda missão, e pelo comandante Georgy Dobrovolsky e o engenheiro de testes Viktor Patsayev, que estariam pela primeira vez no espaço.


2. Quase tragédia no primeiro dia

Em 6 de junho de 1971, a nave estava disposta no deserto de Baikonur, no Cazaquistão, pronta para ser lançada ao espaço e acoplada com a sonda Soyus 7K-KS, atracando somente no dia seguinte. Um susto, no entanto, chamou a atenção da tripulação pelo risco de um grave mal funcionamento do principal mecanismo de análise da missão.

Além do mais, durante a viagem, os cosmonautas se depararam com a sonda completamente esfumaçada, com a maioria de seus circuitos queimados, o que poderia explodir ou desativar a qualquer momento a nave. Para precaver o risco, realizaram a manutenção do sistema de ventilação e, assim, conseguiram dar prosseguimento aos protocolos da missão.


Selo comemorativo com os cosmonaustas da missão Soyuz 11 / Crédito: Wikimedia Commons

3. Cheio de perigos

Diversos equipamentos presentes na nave ainda estavam sendo testados pela agência espacial soviética, sendo levados a caráter experimental. As ferramentas, no entanto, causaram diversas instabilidades aos passageiros, pondo em risco suas vidas. A esteira ergométrica, por exemplo, a qual os cosmonautas eram obrigados a utilizar duas vezes ao dia, causava uma aterrorizante vibração na nave.

As transmissões de TV também tomavam grande parte da atividade computadorizada do veículo, comprometendo por horas o retorno de seu funcionamento. No décimo primeiro dia da expedição, o susto maior ocorreu: um incêndio estourou dentro estação, o que poderia tomar a nave com poluentes ou romper algum mecanismo de oxigênio, mas o fogo acabou sendo rapidamente contido pelos membros.


4. A triste volta para a Terra

O foguete parecia ter reentrado de maneira perfeita no plante-natal, no dia 30 de junho de 1971, retornando ao Cazaquistão, exatamente no local planejado. Ao verificar a atividade humana, no entanto, as batidas na lataria não obtiveram resposta. Com a escotilha aberta, foi possível notar que os cosmonautas estavam sem vida, com lesões de dentro para fora.

Seleção de imagens realizadas durante o resgate dos corpos dos cosmonautas / Crédito: Wikimedia Commons

Com manchas azul-escuras no rosto e sangue nos narizes e ouvidos, os corpos quentes apontavam uma morte por asfixia, causada após uma falha que resultou na abertura de uma válvula responsável pela contenção da pressão, deixando a mesma zerada por aproximadamente 15 minutos. O trágico pouso fazia o sangue dos membros borbulharam como se estivessem fervendo, além de rasgar seus pulmões com a despressurização.


5. Enterro honroso

Apesar de uma polêmica discussão sobre a divulgação governamental de um vídeo onde a equipe de suporte realiza ressuscitação cardiopulmonar com os cosmonautas já mortos, seus corpos se mantiveram bem conservados, podendo ser velados com honrarias de estado. O funeral, realizado na Praça Vermelha, em Moscou, angariou uma multidão para o último adeus dos heróis aeroespaciais.

Enterrados nos muros do Kremilin, os astronautas foram carregados por oficiais do governo, membros da agência aeroespacial e algumas figuras notáveis, como o astronauta estadunidense Tom Stafford, instalado na Alemanha Ocidental para testes norte-americanos, sendo enviado pela NASA como uma forma de prestar condolências aos colegas de profissão.


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