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Matérias / Mundo

Há 8 anos, homem processava empresa por seu trabalho ser 'tedioso'

O francês Frédéric Desnard descreveu, na época, a experiência no trabalho como uma "descida ao inferno"; entenda!

Redação Publicado em 21/08/2023, às 15h50 - Atualizado às 15h51

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O francês Frédéric Desnard - Reprodução/Vídeo/YouTube/BFMTV
O francês Frédéric Desnard - Reprodução/Vídeo/YouTube/BFMTV

Infelizmente, nem todo mundo tem o 'trabalho dos sonhos', pelas mais variadas razões que vão desde incompatibilidade com os outros funcionários, salários baixos ou o simples desejo por algo melhor. Ainda assim, fato é que poucos reclamariam de uma função em que, basicamente, não tem muito o que se fazer — mas não totalmente.

Em 2015, um francês chamou atenção na mídia internacional depois que decidiu levar seu caso ao tribunal: ele acusava seu ex-empregador, a empresa de perfumes Interparfums, de lhe dar tão pouco trabalho para fazer que ele teria sofrido um "esgotamento", que conhecemos como burnout.

Segundo notícia de maio de 2016 do The Guardian, o francês Frédéric Desnard, na época com 44 anos, alegava que o trabalho era tão entediante que ele teria alcançado um verdadeiro ponto de exaustão. À imprensa geral, ele inclusive comparou o emprego a uma "descida ao inferno".

O francês Frédéric Desnard
O francês Frédéric Desnard / Crédito: Reprodução/Vídeo/YouTube/BFMTV

O processo

Segundo a fonte, o homem buscava na Justiça, na época, uma indenização no valor de 360 mil euros em compensação e danos, incluindo férias pagas. Isso porque, como Desnard conta, entre os anos de 2010 e 2014, ele foi "colocado no armário" por seu patrão, uma expressão francesa para quando um empregador dá pouco ou nenhum trabalho aos funcionários, ou até mesmo passa tarefas domésticas.

Na época, a Agence France-Presse, ele disse que passou a cumprir funções não condizentes com seu trabalho, sendo privado de suas responsabilidades originais. Assim, teria se sentido "destruído" e com "grave depressão". "Eu tinha vergonha de ser pago para não fazer nada", desabafou.

Por fim, Desnard ainda afirmou às autoridades e à imprensa que, devido ao estresse e falta de estímulo no trabalho, ele teria sofrido um ataque epiléptico ao volante. Ainda assim, é importante pontuar que os argumentos apresentados pelo francês não convenceram a Justiça.

O francês que alegou "
Frédéric Desnard em entrevista / Crédito: Reprodução/Vídeo/YouTube/Hugo FRANCÉS

O outro lado

Embora Frédéric Desnard tenha feito todas as acusações à empresa, o The Guardian apurou com os representantes da marca que, na verdade, o francês foi dispensado do trabalho por sete meses, antes de ser finalmente despedido, em setembro de 2014, sob justificativa de "ausência prolongada" que teria perturbado "o bom funcionamento" da empresa.

Em entrevista, o próprio advogado da Interparfums, Jean-Philippe Benissan, mencionou que o ex-empregado da empresa "nunca disse nada sobre estar entediado". "Se ele não teve nada para fazer por quatro anos, por que a empresa o manteve?", questionou.

Então, em dezembro de 2015 um tribunal ordenou a Desnard que pagasse uma multa no valor de mil euros ao seu ex-empregador por difamação, julgando que todo o processo judicial que o homem enfrentou teria sido "inspirado por um sentimento de animosidade pessoal" contra seu ex-empregador.