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Matérias / Personagem

A insana aventura de Annie Taylor, a aposentada que desceu as Cataratas do Niágara em um barril

Annie foi a primeira pessoa na história a realizar o feito, arriscando a própria vida por um motivo inusitado. No entanto, nem tudo saiu como planejado

Fabio Previdelli Publicado em 22/06/2020, às 12h12

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Representação de Annie Taylor e seu barril no Museu de Niagara Falls - Getty Images
Representação de Annie Taylor e seu barril no Museu de Niagara Falls - Getty Images

O que você faria por fama e dinheiro? A resposta pode variar dependendo para quem você pergunte, mas uma coisa é certa, entre todas as possibilidades, poucas pessoas diriam que arriscariam as próprias vidas para que isso acontecesse.

Entre esse seleto grupo estava Annie Edson Taylor, que escolheu a maneira mais inusitada para que isso se concretizasse: descer as Cataratas do Niágara em um barril. Apesar de, por mais bizarro que isso seja, essa tarefa já ter sido realizada por algumas pessoas (nem todas com êxito), para Annie ela tinha um gostinho diferente, afinal, ela foi a primeira pessoa a tentar o feito.

Assim, em 24 de outubro de 1901, em seu aniversário de 63 anos — embora ela alegasse ter 40 —, Taylor entrou em um barril de madeira e partiu em busca do sucesso. Mas Annie não queria ser famosa apenas pela fama em si, ela tinha uma motivação maior que isso.

As Cataratas do Niágara / Crédito: Pixabay

Professora aposentada, tinha diversas contas para pagar e estava praticamente falida. A vida de docente não era nada fácil e a coisas se tornaram ainda mais complicadas depois que seu marido morreu na Guerra Civil.

Como tudo começou

A maluca ideia surgiu em sua mente depois que leu um artigo em uma revista sobre pessoas que ficaram famosas por velejarem em banheiras na parte inferior das Cataratas. Afinal, se alguém já ficou conhecido por isso, imagina o que aconteceria com ela, que prometia elevar a atividade em um nível mais extremo e perigoso.

Dessa maneira, com a ajuda de dois assistentes, Annie se amarou em um arnês de couro fixado dentro de um barril de madeira — com um metro e meio de altura por um de diâmetro. A parte de cima foi tapada e o ar comprimido foi bombeado pela rolha, com uma bomba de bicicleta.

Selado hermeticamente, o barril foi arrastado, com a ajuda de um barco, até o rio Niágara, onde uma equipe de repórteres registrava tudo que acontecia. Lá, uma linha que a prendia a embarcação foi cortada e Annie lançada ao seu próprio destino.

A partir daquele momento, um barril impermeável e acolchoado por dentro era a sua única proteção contra a Horseshoe Falls, a porção mais violenta das cataratas. Por lá, mais de 3.000 toneladas de água fluem sobre as Cataratas do Niágara a cada segundo, atingindo uma velocidade de 35 quilômetros por hora até bater na piscina de superfície com mais de 2.500 toneladas de força.

Mas como ela tinha certeza de que tudo daria certo? A resposta é simples, antes de se arriscar, a professora enviou um gato para testar o barril. Ambos sobreviveram e, após muitos atrasos tentando convencer seus amigos que não era suicídio, o plano foi posto em ação.

Cerca de 20 minutos depois, o barril que levava Taylor chegava à costa. Lá de dentro surgiu uma figura completamente descabelada, quase morrendo de asfixia, mas viva — embora ganhasse um corte na cabeça.

Annie Edson Taylor com seu barril que desceu as Cataratas / Crédito: Wikimedia Commons

A professora aposentada havia conseguido o que desejava: seus 15 minutos de fama. Porém, poucos quiseram pagar para ouvi-la, o que a impediu de alcançar a fortuna que tanto almejava.

De consolo, recebeu a alcunha de Heroína das Cataratas do Niágara e deixou um legado duradouro, inspirando outras 15 pessoas a tentarem o feito entre 1901 e 1955 — sendo que, apenas dez deles sobreviveram para contarem suas histórias.

Vale ressaltar que, desde 1951, o Parque Nacional do Niágara se viu obrigado a proibir o ato e aumentar a multa para quem pulasse nas cataratas sem permissão — de meros 100 dólares, para punições que podem chegar aos 10 mil dólares. Além do mais, a prática é considerada um crime.


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