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Matérias / Saúde

Lisa Pauli: A canadense com anorexia que pede ajuda ao governo para morrer

A mulher ganhou atenção da imprensa internacional ao manifestar sua luta contra o distúrbio alimentar

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 18/07/2023, às 20h04

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Lisa em trecho de vídeo - Divulgação / Vídeo / Lucy Keaveney
Lisa em trecho de vídeo - Divulgação / Vídeo / Lucy Keaveney

Lisa Pauli, 47, ganhou notoriedade na imprensa internacional por enfrentar uma batalha contra a anorexia, distúrbio alimentar que a acompanha desde os 8 anos de idade. Atualmente pesando apenas 40 quilos, ela passa dias sem comer alimentos sólidos e se sente tão fraca que precisa fazer pausas ao carregar compras no mercado.

A mulher desabafa, dizendo que cada dia é um verdadeiro inferno, e que está cansada e farta de tentar de tudo para melhorar sua condição. A mulher anoréxica afirma não consegue obter ajuda médica legalmente para pôr fim ao seu sofrimento. Contudo, se engana que, acredita que a esperança da mulher está na cura de sua condição.

Lisa manifesta interesse no suicídio assistido, visto que, ao longo de sua vida, não encontrou alternativas viáveis para resolver a anorexia: "Estou tão cansada. Estou farta. Já tentei de tudo. Sinto como se já tivesse vivido minha vida.", disse ela à agência Reuters, como repercutiu o portal de notícias UOL.

Como cidadã canadense, sua sugestão pode estar próxima; em março de 2024, uma ampliação nos critérios para a morte assistida no Canadá permitirá que pessoas como Lisa, cuja única condição seja doença mental, possam escolher a morte assistida por médicos. Mesmo com o interesse, ela ainda não recebeu nenhum tipo de chamado que aponta se ela terá direito ou não, mesmo tendo a condição psicossomática comprovada em laudos.

Controvérsia letal

Tal medida tornará o Canadá um dos países mais abrangentes no que se refere à assistência médica na morte (MAID), segundo relatório de um painel de especialistas ao parlamento do país. Defensores da morte assistida enfatizam que é uma questão de autonomia pessoal, permitindo que aqueles que enfrentam doenças mentais graves possam ter o direito de escolher o fim de suas vidas.

Imagem meramente ilustrativa - Crédito: Divulgação/ Pixabay/ SharonMcCutcheon

No entanto, algumas preocupações têm sido levantadas. Seis defensores dos direitos das pessoas com deficiência e grupos religiosos alertam para os riscos adicionais que a rápida expansão da morte assistida pode trazer. Eles argumentam que algumas pessoas podem optar pelo MAID por não conseguirem acessar serviços sociais adequados, o que pode aumentar seu sofrimento.

Ainda de acordo com o portal UOL, o ministro da Justiça do Canadá, David Lametti, rejeita as críticas de que o país está agindo rápido demais ou abrindo o sistema para abusos. Ele afirma que as mudanças foram feitas de forma cautelosa e gradual, com o objetivo de proporcionar mais opções e autonomia para os indivíduos.

No ano de 2021, cerca de 3,3% das mortes no Canadá foram resultado da morte assistida, comparado a 4,5% na Holanda e 2,4% na Bélgica, onde a prática é legal há mais tempo. As mudanças trazem à tona um debate complexo sobre autonomia pessoal, cuidados médicos e o papel do Estado na decisão sobre a vida e a morte.