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Matérias / Alemanha

A mulher presa acusada de tentar incitar uma guerra civil e restaurar a Alemanha Imperial

A "Avó do Terror" e seus companheiros compartilham a teoria infundada de que o Tratado de Versalhes é inválido

Redação Publicado em 20/11/2022, às 14h00

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Fotografias de Elisabeth R., que foi apelidada como 'Avó do Terror', após sua captura - Reprodução/Twitter
Fotografias de Elisabeth R., que foi apelidada como 'Avó do Terror', após sua captura - Reprodução/Twitter

Nos últimos anos, pode-se perceber em todo o mundo um movimento conservador muito forte ressurgindo, o que vem trazendo mais força para a extrema direita em diversos países e, até mesmo, fomentando alguns discursos pró-monarquia. Logo, esse movimento conservador, diferente de muitos outros problemas sociais, afeta inclusive países de primeiro mundo, como a Inglaterra ou mesmo a Alemanha.

Ou seja, as famosas conspirações nunca estiveram tão próximas da realidade quanto no momento atual da humanidade, de forma que tais grupos deixaram de se tornar exclusivos nos livros de história.

A exemplo disso, recentemente uma mulher alemã ficou até mesmo conhecida pelo apelido de 'Avó do Terror', tendo sido presa em 14 de outubro por supostamente planejar incitar uma guerra civil e trazer de volta a monarquia prussiana.

Elisabeth R., a "Avó do Terror"
Elisabeth R., a "Avó do Terror" / Crédito: Reprodução/Twitter

O caso

A 'Avó do Terror' — cujo nome divulgado foi 'Elisabeth R.' — é uma mulher de 75 anos que supostamente conspirou com outras pessoas para sequestrar o ministro da saúde da Alemanha, derrubar a rede elétrica e incitar "condições de guerra civil". Embora quatro outras pessoas também tenham sido presas, ela aparentemente era a 'líder', segundo informações do The Telegraph, e divulgado pelo portal All That's Interesting.

Além disso, o mandado de prisão de Elisabeth R. a acusava de recrutar novos membros, coordenar o grupo, distribuir ordens para obter armas e estabelecer prazos para o plano, de acordo com o RT. No entanto, o jornal britânico observa em matéria que não está claro até que ponto ela e outros chegaram em sua trama monarquista.

Aparentemente, Elisabeth R. e os outros presos pertenciam a uma célula terrorista chamada 'Movimento Reichsburger', que acredita que o Tratado de Versalhes — um tratado de paz assinado após a Primeira Guerra Mundial, que classificou a Alemanha como derrotada e dissolveu a monarquia no país — era inválido, e que o país ainda vive no Reich estabelecido em 1871.

Fotografia de Elisabeth R. sendo presa
Fotografia de Elisabeth R. sendo presa / Crédito: Reprodução/Twitter

O plano

A 'Avó do Terror' e outros membros do Movimento Reichsburger tinham interesse especial em derrubar o ministro da saúde alemão, Karl Lauterbach, devido às medidas de bloqueio tomadas durante a pandemia de covid-19. Segundo o tabloide alemão Bild, eles estavam preparados para matar os guarda-costas de Lauterbach, e um dos cúmplices de Elizabeth R. tinha um adesivo de 'não vou ser vacinado' em sua caixa de correio, além de um uniforme nazista e um rifle Kalashnikov em seu porão.

Após o sequestro de Lauterbach, a mulher e seus companheiros então pretendiam sabotar a rede elétrica alemã com a finalidade de produzir "condições de guerra civil". Enquanto o golpe estivesse em andamento, então, o grupo pretendia distribuir panfletos, escritos pela própria Elisabeth, disseminando o ideal que eles compartilham.

Elisabeth R. e a extrema direita

De acordo com o The Telegraph, Elisabeth R. era uma professora aposentada que, como apontaram seus vizinhos, vivia praticamente sozinha. "Eu raramente a vi", disse Alexander Mose, um dos moradores próximos. "Ela costumava fazer jardinagem à noite com uma lanterna".

Porém, apesar de a senhora parecer tranquila para seus vizinhos, talvez apenas um pouco incompreensível, ela tinha uma forte presença e participação online. Segundo o Bild, ela até mesmo teve contatos com outros grupos de direita da Alemanha, e espalhou panfletos desconexos na internet.

Nos últimos anos, um movimento de extrema-direita tem se espalhado pela Alemanha — e outros países da Europa —, tendo sido descoberta, em 2018, uma célula terrorista que planejava um ataque de bandeira falsa para deixar os alemães com medo dos migrantes. Além disso, em 2021 mais de uma dúzia de policiais foram demitidos após glorificarem a violência e referenciando organizações nazistas.

Esta é uma pequena minoria em nossa sociedade", disse o ministro Karl Lauterbach, que seria sequestrado, quando questionado sobre a prisão de Eisabeth R. pelo RT. "Mas eles são altamente perigosos."
Karl Lauterbach, ministro da saúde alemão
Karl Lauterbach, ministro da saúde alemão / Crédito: Getty Images