Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Assassino do Baralho

O Assassino do Baralho: Os crimes de Alfredo Galán Sotillo

Assassino que deixava carta de baralho junto de suas vítimas virou documentário da Netflix

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 10/06/2023, às 00h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Imagem de divulgação da série 'O Assassino do Baralho' - Divulgação/Netflix
Imagem de divulgação da série 'O Assassino do Baralho' - Divulgação/Netflix

A Netflix é conhecida por seus documentários que exploram crimes reais e chocantes. O lançamento da vez trata-se de O Assassino do Baralho, que estreou na última sexta-feira, 9. A produção relata os crimes brutais e notórios de Alfredo Galán Sotillo, o primeiro serial killer da Espanha.

Primeiro assassino em série da Espanha, Alfredo Galán Sotillo matou seis pessoas e tentou tirar a vida de outras três. Ele escolhia as vítimas aleatoriamente, sempre usando a pistola que contrabandeou da Bósnia, onde participou de uma missão humanitária com o exército de seu país. Condenado a 142 anos de cadeia, Sotillo vai cumprir o máximo de 25 e ganhará a liberdade aos 52 anos", diz a sinopse da trama.

Mas antes de assistir à produção da Netflix, a equipe do site do Aventuras na História separou os principais pontos para você entender os crimes cometidos por Alfredo Galán Sotillo. Afinal, por qual motivo ele ganhou a alcunha de O Assassino do Baralho?

+ Como o 'Mistérios Sem Solução' ajudou a solucionar o desaparecimento de uma menina

Passado de um serial killer

Embora o nome de Alfredo Galán Sotillo tenha ficado marcado na sociedade espanhola por ele ser o primeiro assassino em série do país, pouco se sabe sobre seu passado antes dos infames crimes.

Alfredo Galán nasceu no dia 5 de abril de 1978 em Puertollano, província de Ciudad Real, na região de Castela-La Mancha. Embora seja lembrado como um aluno normal e introvertido, acabou se tornando presidente de sala em seu colégio.

Em setembro de 1998, quando tinha 20 anos, Sotillo ingressou no Exército espanhol. Pouco depois, tornou-se cabo do 31º Regimento Mech "Astúrias" de Madri e participou de missões humanitárias na Bósnia.

Em novembro de 2002, Alfredo foi enviado de volta à Espanha para ajudar na limpeza do derramamento de óleo do Prestige, considerado uma das maiores catástrofes ambientais que a Europa já sofreu, segundo recorda o El País. Na ocasião, o navio naufragou e deixou uma imensa maré negra, visto que carregava cerca de 77 mil toneladas de óleo combustível pesado.

Seu primeiro crime ocorreu logo depois, quando foi encaminhado ao Hospital Militar Gómez Ulla, em Madri, após roubar um carro. No centro médico, aponta o portal El Observador Del Mundo, Galán foi diagnosticado com neurose e ansiedade.

Além disso, ele continuou com problemas relacionados ao álcool. Em março de 2003, conseguiu trabalho como segurança no Aeroporto de Madrid-Barajas. Seus assassinatos, porém, já haviam começado aquela altura.

Assassino do Baralho

Embora a onda de assassinatos iniciada por Alfredo Galán tenha durado só cerca de dois meses, seus crimes foram brutais e chocantes. O primeiro deles aconteceu em 24 de janeiro de 2003.

Na ocasião, ele atirou na cabeça de Juan Francisco Ledesma, que tinha 50 anos. Conforme repercute o portal The Scotsman, o crime aconteceu na frente do filho da vítima, que tinha apenas dois anos. Junto ao corpo, ele deixou uma carta de baralho: o ás de copas.

O segundo ato brutal ocorreu pouco depois, em 5 de fevereiro, quando ele matou outro homem da mesma forma: com um tiro na cabeça. A vítima da vez foi Juan Carlos Martin Estacio, funcionário do aeroporto de apenas 28 anos. O El País aponta que, desta vez, um ás de paus foi deixado no local.

Cerca de um mês depois, Santiago Eduardo Salas, de 27 anos, deveria ser sua terceira vítima. Mas o tiro desferido em seu rosto não foi um disparo fatal, embora Alfredo tenha pensado que sim. Salas sobreviveu e sua amiga Anahid Castillo Ruperti conseguiu escapar da cena do crime. Acreditando ter cometido mais uma morte, Sotillo deixou mais uma carta no local.

Segundo Frank A. Arencibia em 'Spain: Paradox of Values/Contrasts of Confusion: A Foreigner's Personal Perspective', Alfredo Galán não tinha a intenção de que as cartas de baralhos fossem sua 'assinatura'. Ele começou a deixá-las depois que a mídia espanhola passou a sensacionalizar o fato de um cartão ter sido encontrado junto ao corpo de uma vítima.

A confissão

Pouco depois da tentativa de assassinato contra Salas, Alfredo Galán Sotillo se rendeu em uma delegacia de polícia. Naquele 3 de julho de 2003, Galán, então com 26 anos, revelou ser O Assassino do Baralho.

O El Observador Del Mundo informou que, em alguns de seus assassinatos, Alfredo Sotillo chegou a dar bom dia para suas vítimas antes de ordená-las a se ajoelharem para atirar nelas.

A arma usada no crime havia sido contrabandeada para a Espanha ao escondê-la num aparelho televisivo, relata o The Scotsman. Acredita-se que o serial killer trouxe a arma Tokarev TT-33 da Bósnia para a Espanha quando era militar.

Após sua confissão, porém, as autoridades espanholas notaram que o relato havia muitas irregularidades. Ainda em 2003, em setembro, Galán alterou sua versão original para um juiz de instrução de Madrid.

Cena de um dos crimes cometidos por Alfredo Galán/ Crédito: Divulgação/Netflix

Sotillo alegou que a única razão pela qual confessou o crime foi que um neonazista havia ameaçado assassinar suas irmãs caso ele não assumisse a culpa pelos crimes. O homem seria o mesmo que havia comprado a arma contrabandeada que ele trouxe da Bósnia. Mas o juiz não aceitou sua consideração.

A sentença

Um fato que ajudou a corroborar com a culpabilidade de Alfredo é que, após ser preso, os assassinatos em série pararam de acontecer. Além disso, o cartucho que ele usou na arma coincidia com o exame balístico feito em uma de suas vítimas. Salas também foi capaz de identificá-lo.

Por conta disso, o primeiro serial killer espanhol recebeu uma sentença de 142 anos e três meses de prisão após ser considerado culpado de seis assassinatos e três tentativas de homicídio.

Atualmente, Alfredo Galán Sotillo ainda está preso cumprindo sua sentença na Espanha. Mas segundo revelado pela própria Netflix, ele vai cumprir o máximo de 25 anos de pena e ganhará a liberdade aos 52 anos — ou seja, em meados de 2030.