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Matérias / Crimes

Inspirou série: O brutal assassinato de uma mãe e seu bebê 'em nome de Deus'

O terrível crime ocorreu dentro de uma comunidade religiosa dos Estados Unidos nos anos 80

Redação Publicado em 21/08/2022, às 08h00

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Fotografia mostrando Brenda, Allen e Erica Lafferty - Divulgação
Fotografia mostrando Brenda, Allen e Erica Lafferty - Divulgação

Em 1984, uma comunidade religiosa localizada no estado norte-americano de Utah foi abalada pelo cruel assassinato da jovem Brenda Wright Lafferty, de 24 anos, e sua filha, Erica, que tinha pouco mais que um ano de idade. 

Os autores do crime, que primeiro asfixiaram a mãe com o fio de um aspirador de pó, e depois cortaram as gargantas tanto dela quanto de sua bebê, eram Ron e Dan Lafferty, ninguém menos que irmãos de Allen, respectivamente marido e pai das vítimas. 

A crueldade do episódio, assim como sua estranha motivação religiosa, é considerada chocante até os dias de hoje, sendo inclusive relembrada recentemente por uma minissérie ficcional chamada de "Em Nome do Céu". Seus episódios foram disponibilizados pelo serviço de streaming  Star+ entre abril e junho de 2022. 

A produção traz o ator britânico Andrew Garfield, mais famoso por suas atuação em Homem-Aranha e no premiado "Tick, Tick...Boom!", no papel do detetive que investiga os assassinatos. 

Andrew Garfield em "Em Nome do Céu" / Crédito: Divulgação/ Youtube/ FX Networks

Tragédia 

Semanas depois do fatídico dia em que Allen Lafferty encontrou os corpos inertes de sua esposa e sua filha em poças de sangue após voltar do trabalho, dois de seus sete irmãos foram presos em outro estado, enquanto tentavam fugir das autoridades.

Eles não tentaram negar os crimes cometidos, e, segundo repercutido pelo portal A&E, Ron explicou aos oficiais que a motivação por trás dos assassinatos teria sido uma "revelação divina" de que ele era um profeta e deveria se tornar o novo líder de sua comunidade. Para seguir esse caminho, porém, precisava "remover" sua cunhada e sua sobrinha, que estariam "no caminho" desse seu futuro. 

Tristemente, o fanatismo religioso demonstrado pelo irmão de Allen não era nenhuma novidade, embora tenha definitivamente alcançado seu pico com os assassinatos, em um desdobramento inesperado que impactou não apenas os envolvidos, mas os Estados Unidos como um todo. 

Os Lafferty haviam sido criados como mórmons, isso é, seguidores de uma corrente cristã estadunidense conhecida por sua rigidez e estilo de vida isolado do restante da sociedade.

Ron e Dan, contudo, haviam sido excomungados de sua comunidade após exibirem comportamentos extremistas que não eram aceitos pelos restantes dos fiéis. O primeiro, que era o Lafferty mais velho, inclusive anunciou que pretendia se casar com suas filhas, o que levou sua esposa a se divorciar dele se mudar para outro estado. 

Trecho de entrevista com Ron e Dan Lafferty / Crédito: Divulgação/ ABC

Coincidentemente, Brenda teve um papel relevante na separação do casal. Ela também era mórmon, contudo, vinha de uma família mais progressista, e possuía uma perspectiva de vida diferente. Era conhecida por questionar algumas das tradições mais antigas, como a poligamia, além de possuir formação universitária e planejar seguir a carreira de jornalista, quebrando o papel de esposa dona de casa e submissa. 

 Diana [a esposa de Ron] realmente amava Brenda. Como todos os outros irmãos [Lafferty] tinham esposas que tratavam como cidadãs de segunda classe, Brenda acabou dando a Diana a coragem de que precisava para ir embora. Depois, ele se tornou realmente fanático e quase um extremista religioso", explicou a irmã da vítima, Sharon Wright Weeks, em uma entrevista à A&E. 

A mulher concluiu ainda ao veículo que "covardia" da parte de Ron culpar Deus pelas suas ações criminosas. 

Religião em foco

Dustin Lance Black, o roteirista e criador da minissérie "Em Nome do Céu", acredita que a fé dos assassinos é um detalhe relevante do episódio histórico.

Uma das coisas que acho importante nessa história é que esses não eram apenas criminosos comuns (...) Não, estes eram rapazes que eram de uma família altamente estimada. É muito útil entender onde, neste caso, entra a crença fundamentalista", explicou em entrevista ao portal Splash. 

O artista, vale dizer, também foi criado dentro da corrente religiosa dos envolvidos no crime, o que influenciou a maneira como decidiu construir a narrativa. 

"Eu mentiria se dissesse que não trouxe coisas da minha própria experiência como mórmon para as páginas do roteiro e para as cenas. Eu tentei não colocar a minha própria história, mas crescer como mórmon me ajudou bastante a entender o que aconteceu", relatou ainda. 

Confira o trailer da produção abaixo: