Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Personagem

O homem que comprou Stonehenge para a esposa — que não teria gostado do presente

A construção só foi doada à nação após ser dada de presente por Cecil Chubb

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 18/02/2021, às 17h28

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Sir Cecil Chubb - Wikimedia Commons
Sir Cecil Chubb - Wikimedia Commons

Stonehenge é, sem dúvida alguma, um dos monumentos mais intrigantes e belos da humanidade. Segundo estimam arqueólogos, ele foi construído entre 3.000 a.C. e 2.000 a.C., e, ainda hoje, sua origem é um mistério, já que diversos estudos tentam desvendar qual povo foi responsável por sua construção

A formação das pedras também é uma incógnita que permanece nos dias atuais, afinal, qual o verdadeiro intuito da construção?

Muitos especulam que Stonehenge possa ter sido um centro de cura, para onde peregrinos iam durante suas longas viagens. Outros acreditam que o local pode ter surgido como um cemitério para famílias de elite.  

Apesar disso tudo, sua função mais aceita, se é que podemos chamar assim, credita ao monumento o 'poder' de determinar, com exatidão, a ocorrência de datas significativas, como os solstícios e equinócios, eventos que anunciam as mudanças de estações, o que é fundamental para atividades de agricultura. 

Sol sobre Stonehenge durante o solstício de inverno / Crédito: Wikimedia Commons

Porém, por mais que o monumento receba milhões de visitantes por ano, em tempos sem pandemia, obviamente, poucos sabem que a construção já fez parte de uma história de amor do século 20. Mas, antes disso, precisamos voltar umas décadas no tempo. 

Stonehenge, a propriedade privada 

No século 16, Stonehenge era uma propriedade privada, mudando de dono por várias vezes. Tudo começou quando o rei Henrique VIII adquiriu a Abadia de Amsbury e suas terras vizinhas.

Em 1540, ele deu essas terras ao conde de Hetford, que por sua vez, depois de alguns anos, passou para o Lord Carleton e depois para o Marquês de Queensberry, até que, em 1824, a família Antrobus de Cheshire comprou a propriedade. 

Os Antrobus ficaram com a posse de Stonehenge até meados da Primeira Guerra Mundial, quando o último herdeiro da família foi morto em um conflito na França, em 1915. Depois disso, o local foi leiloado por agentes imobiliários da Knight Frank & Rutley, de Salisbury. 

Soldados britânicos marchando perto de Stonehenge durante a Primeira Guerra Mundial / Crédito: Wikimedia Commons

Assim, no dia 21 de setembro daquele ano, o monumento foi incluindo no Lote 15, que possuía cerca de 30 acres de terra. Na ocasião, a área foi comprada por Sir Cecil Chubb por 6.600 libras.

Hoje, esse valor, segundo correção monetária, estaria em torno de 532.800 libras, algo que bate a casa dos 4 milhões de reais. E é aqui que nossa história de amor começa. 

Propriedade à minha amada 

No finalzinho de 2018, pouco antes do Natal, um livro que pertence a um museu em Wiltshare revelou um presente que poucos pensariam em receber nessa época do ano, mas que, sem dúvida alguma, foi muito mais valioso historicamente do que o desejo mais ambicioso pudesse imaginar: era uma carta escrita por Sir Cecil Chubb

Na missiva, Sir Cecil escreveu que foi “difícil se desfazer de tal posse”, porém, reitera que “fez a coisa certa”: doá-la ao país. O diretor do museu, David Dawson, ficou extremamente feliz com a “descoberta emocionante”. 

A carta que foi encontrada em livro do arquivo do Wiltshire Museum / Crédito: Divulgação/ Wiltshire Museum

A história de Stonehenge diz que, quando Sir Cecil comprou o terreno pertencente à família Antrobus, ele queria presentear sua amada. Parecia o presente ideal, afinal, quem não gostaria de ganhar um presente igual Stonehenge? 

Pois bem, conforme repercutido pela Smithsonian em matéria de 2015, a esposa de Chubb não teria gostado da ideia (provavelmente pelo valor). O desprezo foi tanto que cerca de três anos depois, ele se desfez da propriedade, doando-a a nação.

E é justamente sobre esse ato que a carta fala. Nela, Sir Cecil agradece ao ex-presidente da Sociedade de Arqueologia de Wiltshire por seu “apreço pela minha doação de Stonehenge à nação”. 

Em seguida, ele escreveu: "As numerosas cartas que recebi, entre elas algumas de grandes homens de Wiltshire, mostram-me que, embora fosse difícil me separar de uma posse como o querido e velho Stonehenge, fiz a coisa certa ao passar para sempre de propriedade privada à custódia da nação este grande monumento antigo".  

Sir Cecil Chubb e sua esposa Lady Chubb / Crédito: Divulgação/ Jane Hills

Sobre o ato, ele se diz honrado. “Naturalmente, estou muito orgulhoso de que um homem de Wiltshire estivesse destinado a dar isso ao país”. Para Dawnson, a carta oferece uma “visão fascinante” do presente e agradece ao acaso por ela ter “sobrevivido” com ao passar do tempo. 


++ Saiba mais sobre Stonehenge através de grandes obras disponíveis na Amazon:

Stonehenge, de Bernard Cornwell (eBook) - https://amzn.to/3dmky37

Stonehenge: The Story So Far (Inglês) , de Julian Richards (2018) - https://amzn.to/37qebIh

Stonehenge, a New Understanding: Solving the Mysteries of the Greatest Stone Age Monument (Inglês), de Mike Parker Pearson (2014) - https://amzn.to/2OLbqut

Stonehenge: A New Interpretation of Prehistoric Man and the Cosmos, de John North (2007) - https://amzn.to/3s7a8sd

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp 

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W