Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Crimes

O que aconteceu com o homem condenado por matar Eloá Pimentel há 15 anos?

Lindemberg Alves era ex-namorado da vítima e chocou o Brasil ao tentar reatar em um sequestro marcado por tragédia

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 01/04/2023, às 11h40 - Atualizado em 05/05/2023, às 14h36

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Lindemberg após a prisão - Reprodução/Vídeo
Lindemberg após a prisão - Reprodução/Vídeo

Na última quinta-feira, 4, o famoso programa Linha Diretavoltou a ser exibido na programação da TV Globo. Com apresentação do jornalista consagrado Pedro Bial, o grande sucesso dos anos 2000 será transmitido às quintas-feiras, por volta das 23h, todas as semanas.

O primeiro episódio resgatou o caso da jovemEloá Pimentel, sequestrada e morta em 2008, por seu ex-namorado. Lindemberg Alves invadiu o apartamento da adolescente, que tinha somente 15 anos, localizado no ABC Paulista, e iniciou um sequestro que deixou o país em choque. 

O sequestro

Em outubro de 2008, o Brasil acompanhou com apreensão um dos sequestros mais intensos e trágicos da história do país: o sequestro de Eloá Cristina Pimentel, uma jovem de 15 anos, na cidade de Santo André, em São Paulo. O sequestro começou no dia 13 daquele mês, quando o ex-namorado de Eloá, Lindemberg Alves, na época com 22 anos, invadiu o apartamento em que a jovem morava.

Armado, ele ameaçou Eloá, a melhor amigaNayara Rodrigues e mais dois colegas de escola que juntos faziam uma atividade escolar. Exigindo que a ex voltasse a namorar ele, liberou parte das vítimas. A partir daí, as negociações começaram, angariando a atenção da imprensa nacional.

Lindemberg fez uma série de exigências em respostas as ações policiais fracassadas, como desligar a luz do prédio e ameaçar entrar no local. A polícia tentou negociar a libertação de Eloá, mas as conversas não avançaram e o sequestro se arrastou por mais de 100 horas. 

Durante esse período, a imprensa e a população acompanharam de perto os desdobramentos do sequestro, que foi transmitido ao vivo pela televisão. As imagens mostravam Eloá e Lindemberg em momentos de tensão, com o sequestrador ameaçando a jovem e a si com a arma.

A prisão de Lindemberg /Crédito: Reprodução/Vídeo

No dia 17 de outubro, a polícia decidiu invadir o apartamento em que a jovem estava sendo mantida refém. Durante o confronto, Lindemberg atirou em Eloá e Nayara, que havia retornado ao apartamento durante as negociações. As duas foram levadas para o hospital, mas Eloá acabou tendo morte cerebral constatada no dia seguinte. Já o sequestrador acabou sendo levado preso após a invasão.

A prisão

Lindemberg Alves, o sequestrador da jovem Eloá, foi sentenciado a 98 anos de prisão no ano de 2012 pelo crime. Mesmo assim, cumprirá a pena máxima prevista na legislação brasileira, que é de 30 anos. Ele foi julgado por homicídio duplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, cárcere privado e disparo de arma de fogo.

Após a condenação, Lindemberg foi encaminhado para o presídio de Tremembé, no interior de São Paulo. Ele chegou a recorrer da decisão, mas teve seu recurso negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em 2014. 

A pena

Em 2020, solicitou progressão de pena, sendo beneficiado no início de 2021. Lindemberg passou para o regime semiaberto, como informou o G1. Quatro meses depois, a Justiça, no entanto, revogou o benefício dado ao assassino de Eloá.

Em um recurso do MP assinado por Luiz Marcelo Negrini, promotor, fora declarado que um teste de personalidade determinou que o presidiário tem "traços narcísicos e antissociais, além de contar com impulsividade elevada e pouca capacidade de afeto, apresentando postura autocentrada", segundo repercutido pelo G1.

Também fora destacada a "personalidade agressiva e com alternâncias de comportamento". A perícia também citou no detento "fantasias imaturas, traços egocêntricos e necessidade de controle sobre o ambiente".

Como consequência, o desembargador disse que Lindemberg não assimilou "adequadamente a terapêutica penal, devendo permanecer por maior período em regime fechado". Na época, foi citado que o condenado não apresentava, até então, falta disciplinares consideradas graves e também tinha bom comportamento dentro da cadeia.

Ao G1, a defesa de Lindemberg, Marcia Renata Silva, afirmou que recorreria. "Não concordamos com a decisão, pois ele está cumprindo o regime semiaberto há 4 meses sem qualquer fato que desabone o direito de permanecer em regime semiaberto, já que cumpre pena no próprio estabelecimento com toda vigilância", explicou.