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Matérias / Crime

O que se sabe sobre a chacina de uma família no DF

Oito pessoas foram dadas como desaparecidas, e outras duas são procuradas; ao todo, sete corpos já foram encontrados

Redação Publicado em 19/01/2023, às 15h31

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Registro da investigação da chacina no Distrito Federal - Reprodução/Vídeo
Registro da investigação da chacina no Distrito Federal - Reprodução/Vídeo

O Distrito Federal foi palco recente de diversos acontecimentos que marcam a história recente do Brasil, como a cerimônia de posse de Lula e até mesmo a invasão à sede dos Três Poderes. Porém, fora das questões políticas, uma história que parece tirada de filme também vem preocupando cidadãos brasilienses.

A morte da cabeleireira Elizamar Silva, de 39 anos, agora mobiliza forças policiais não só de Brasília, como também dos estados de Goiás e Minas Gerais. Devido a todo o mistério envolvendo o caso, e algumas especulações, muita discussão segue se desenrolando a partir do caso; porém, um fato é incontestável: 10 pessoas desapareceram, e sete corpos já foram encontrados na região.

O motivo para tanta discussão sobre a chacina, porém, é justamente o que mobiliza tantos policiais para a resolução do crime. De acordo com o g1, existem duas linhas de investigação, e não há como saber ainda qual delas é a mais compatível com os fatos.

A primeira linha investigativa chegou a considerar que o crime foi encomendado por Thiago Gabriel Belchior de Oliveira, marido da cabeleireira, e Marcos Antônio Lopes de Oliveira, seu sogro, ambos desaparecidos. E a chave para o mistério está no desaparecimento deles: a segunda linha de investigação também acredita que os dois homens podem ter sido, também, vítimas. Nesta quinta-feira, 19, o corpo de Marcos Antônio foi encontrado esquartejado em cativeiro em Planaltina, no Distrito Federal.

O crime

Entre as pessoas desaparecidas, estão: a cabeleireira Elizamar Silva, de 39 anos; seu marido, Thiago Gabriel Belchior, de 30; os três filhos do casal, os gêmeos Rafael e Rafaela, de 6, e Gabriel, de 7; os pais de Thiago, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, de 54 anos, e Renata Juliene Belchior, de 52; a irmã mais nova de Thiago, Gabriela Belchior, de 24 anos; e Cláudia Regina e Ana Beatriz, mãe e filha, que seriam uma "segunda família" de Marcos Antônio.

Esquema que evidencia relações de pessoas desaparecidas
Esquema que evidencia relações de pessoas desaparecidas / Crédito: Reprodução/TV Globo

De acordo com o delegado Ricardo Viana, responsável pela investigação, a motivação para o crime seria dinheiro. Ele explica que Elizamar, a cabeleireira, havia feito um empréstimo bancário para reformar seu salão, localizado na Asa Norte de Brasília, enquanto Renata Juliene Belchior — mãe de Thiago e esposa de Marcos Antônio — possuía outros R$ 400 mil guardados, depois da venda de uma casa.

O cerne desta questão, a motivação, seria o dinheiro que a Renata tinha recebido e eles queriam repartir esse dinheiro entre si. Essa repartição deu errado, o que culminou nas mortes das outras pessoas", aponta Viana.

Porém, as mortes também intrigam os policiais, visto que alguns corpos encontrados nem mesmo foram identificados. Na cidade de Unaí, em Minas Gerais, um carro foi encontrado carbonizado contendo dois corpos femininos, que parentes afirmam ser de Renata e Gabriela.

Já em Cristalina, Goiás, outro carro sob as mesmas condições foi encontrado, o que pode indicar que os crimes estejam relacionados, mas ali dentro foram encontrados quatro corpos, que ainda não foram identificados — parentes acreditam se tratar da cabeleireira e dos três filhos pequenos.

A acusação caiu em Thiago e Marcos Antônio, mesmo com eles desaparecidos, depois que outro homem, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, de 49 anos, afirmou que os dois encomendaram o crime. Porém, como eles estão sumidos, existe a possibilidade de eles também terem sido vítimas.

Três suspeitos

Acusados de se envolver no crime, três homens já foram presos: o próprio Horácio, que acusou Thiago e Marcos Antônio, alegando que eles viveriam com a segunda família do pai depois da chacina, Gideon Batista de Menezes, de 55 anos, e Fabrício Silva Canhedo, de 34 anos.

Embora não se saiba ainda se, de fato, o crime foi cometido pelos homens detidos até o momento, ou encomendado por Thiago e Marcos Antônio; porém, caso estes dois últimos sejam encontrados mortos, a suspeita cairia completamente sobre Horácio, Gideon e Fabrício.

Essas duas linhas de investigação tão muito presentes pra gente agora nesse momento. Qual seja, apurar coautoria dos quatro que não foram encontrados [...] e a segunda vertente é verificar se essas quatro pessoas não foram mortas por esse trio preso", acrescenta o delegado Ricardo Viana.
Delegado Ricardo Viana
Delegado Ricardo Viana / Crédito: Reprodução/Vídeo

No momento, as equipes policiais continuam investigando o caso, nas chácaras onde os envolvidos moravam, localizadas no Distrito Federal e regiões do entorno.