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Matérias / Autoimolação

O que se sabe sobre o militar que ateou fogo no próprio corpo nos EUA?

Saiba mais sobre o militar das Forças Aéreas dos EUA que incendiou a si mesmo na frente de uma embaixada de Israel após dizer que não seria "cúmplice do genocídio"

Ingredi Brunato Publicado em 27/02/2024, às 14h46

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Fotografia de Aaron Bushnell - Divulgação/ Redes Sociais
Fotografia de Aaron Bushnell - Divulgação/ Redes Sociais

No último domingo, 25, Aaron Bushnell, um jovem de 25 anos que trabalhava na Força Aérea norte-americana, ateou fogo no próprio corpo em frente à embaixada de Israel em Washington, nos Estados Unidos. 

O militar realizou o ato extremo como forma de protesto contra a guerra travada entre o governo israelense e o Hamas, grupo islâmico extremista que atua na Faixa de Gaza.

Oficiais de Serviço Secreto foram capazes de apagar as chamas do corpo de Bushnell antes da chegada de uma ambulância, entretanto, ele chegou ao hospital com "feridas ameaçadoras", conforme relatado posteriormente pelo Pentágono, de forma que veio a óbito algumas horas depois. 

Antes de incendiar o próprio corpo, o jovem estadunidense proclamou uma mensagem pró-Palestina. Ele que não mais seria "cúmplice do genocídio" hoje perpetrado na Faixa de Gaza e gritou "Liberte a Palestina!". O caso é repercutido internacionalmente desde então. 

Protesto público 

Antes de realizar seu ato de autoimolação — em que a pessoa se sacrifica em prol de uma causa, geralmente ateando fogo a si como forma de protesto —, Aaron Bushnell tomou medidas para que sua manifestação mortal não passasse despercebida. 

Ele enviou, por exemplo, e-mails para diversos jornalistas e sites de notícias pequenos, concentrando-se naqueles que possuíam uma linha editorial de esquerda ou então anarquista:

"Hoje, planejo me envolver num ato extremo de protesto contra o genocídio do povo palestino", anuncia o militar estadunidense na mensagem, acrescentando que sua ação será "altamente perturbadora", conforme repercutido pela BBC. 

Já quando chegou ao local de seu protesto, a frente da embaixada israelense nos EUA, Bushnell iniciou uma live no Twitch, plataforma de transmissão — que foi posteriormente deletada pela plataforma devido ao seu conteúdo gráfico, que viola os termos de serviço do portal. Ele ainda fez uma publicação em sua conta pessoal do Facebook incluindo um link para a gravação

Muitos de nós gostamos de nos perguntar: 'O que eu faria se estivesse vivo durante a escravidão? Ou o apartheid? O que eu faria se meu país estivesse cometendo genocídio?' A resposta é: você está fazendo isso. Agora mesmo", reflete o soldado de 25 anos em sua postagem na rede social, logo antes de fornecer o link. 

Aaron também iniciou sua live com um breve discurso. Após posicionar seu celular e deixar uma garrafa com líquido inflamável a postos, disse: 

Não serei mais cúmplice do genocídio. Estou prestes a me envolver em um ato extremo de protesto. Mas comparado com o que as pessoas têm vivido na Palestina nas mãos dos seus colonizadores, não é nada extremo. Isto é o que a nossa classe dominante decidiu que será normal". 

Neste ponto da gravação, um policial na embaixada se aproximou de Bushnell (que vestia seu uniforme das Forças Aéreas no momento do protesto) e perguntou se conseguiria ajudá-lo. O jovem militar, no entanto, não respondeu, apenas jogou o líquido inflamável a si e iniciou as chamas enquanto gritava "Liberte a Palestina!". 

Trechos da live / Crédito: Divulgação 

Segundo repercutiu o Intelligencer, na gravação deletada da Twitch, é possível ouvir os policiais da embaixada reagindo, em pânico, à situação. "Não preciso de armas, preciso de extintores de incêndio", brada um deles. 

A guerra entre Israel e Hamas teve início no dia 7 de outubro de 2023, e, desde então, já acumulou um saldo estimado de mais de 30 mil vidas perdidas. Dessas, 1.410 pertenciam a israelenses, e mais de 29 mil pertenciam a palestinos, conforme informado pela AP no último dia 19 de fevereiro.