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Matérias / Da Vinci

Os curiosos itens da lista de tarefas de Leonardo da Vinci

Documento do início do século 16 mostra uma lista de atividades que Da Vinci se propôs a fazer

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 09/10/2022, às 00h00 - Atualizado em 15/06/2023, às 15h37

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Retrato de Leonardo Da Vinci - Domínio Público via Wikimedia Commons
Retrato de Leonardo Da Vinci - Domínio Público via Wikimedia Commons

Poeta, músico, anatomista, matemático, engenheiro, cientista, escultor, arquiteto, pintor, botânico… a lista de atividades exercidas por Leonardo da Vinci parecia infinita. Uma das figuras centrais do Alto Renascimento, o italiano é conhecido por suas obras famosas. 

Mas com todas essas aptidões únicas, como será que o criador de Mona Lisa conseguia fazer tudo com maestria? Da Vinci tinha algum segredo para conseguir ser mil-e-uma utilidades?

Entendendo Da Vinci

Uma parte fundamental para compreender o gênio, nascido em 1452, está no acervo Royal Collection, que pertence à família real britânica. Afinal, o arquivo possui um caderninho de anotações que Leonardo carregava em seu cotidiano. Assim, sempre que algo lhe chamasse a atenção, logo registrava para não correr o risco de esquecer. 

As anotações estão com a monarquia britânica desde meados de 1960. Mas é justamente uma única página capaz de gerar enorme curiosidade: a da lista de tarefas que Leonardo se propôs a fazer. 

Segundo relata matéria da Superinteressante, a página remete ao início do século 16, entre os anos de 1508 e 1510, ocupando o mesmo espaço de outros rabiscos feitos por Da Vinci — como desenhos sobre anatomia. 

Lista de atividades de Da Vinci/ Crédito: Reprodução

Outro ponto que chama a atenção é a maneira de como as atividades foram escritas. Além da tradicional grafia da época, as anotações foram feitas da direita para a esquerda. O texto não possui nenhum tipo de pontuação gramatical e também, entre algumas palavras, apresenta símbolos enigmáticos. 

Escrita estudada

Felizmente, o historiador Toby Lester, junto do jornalista Robert Krulwich, conseguiu decifrar alguns trechos da escrita, que demonstram um pouco mais das habilidades e virtudes do renascentista italiano.

Um dos primeiros itens é calcular “a medida de Milão e seus subúrbios”. A capital italiana, aliás, parece ser alvo de fascinação de Da Vinci, que ainda buscar encontrar “um livro que trate de Milão e suas igrejas, que deve ser adquirido na papelaria a caminho de Cordusio”; que seria a região onde hoje encontra-se a Praça Cordusio.

Leonardo parece ter uma certa obsessão por entender o tamanho das coisas, visto que descobrir “a medida do Corte Vecchio” e “do castelo”, são os dois próximos itens escritos. O primeiro local seria o pátio do palácio do duque de Milão e o outro a própria residência dele. 

O italiano também sempre estava disposto a aprender, por isso, outro ponto diz respeito a um professor de medicina e direito em Pavia: “pedir para Messer Fazio explicar sobre proporção”. 

Leonardo também tinha a intenção de ir até o mosteiro beneditino de Milão para “pedir ao Frade Brera mostrar De Ponderibus”, que era um texto medieval sobre mecânica. Ou então, “encontrar um mestre em hidráulica e fazer com que ele diga como consertar uma eclusa, canal e moinho à maneira lombarda [de Lombardia]”.

O documento também mostra a vontade de Da Vinci em “desenhar Milão”, questionar “a medida do sol que me foi prometida pelo maestro Giovanni Francese” e até “tentar obter Vitolone [um autor medieval de um texto sobre óptica], que está na Biblioteca de Pavia, que trata sobre matemática”.

Porém, como aparenta, Leonardo Da Vinci sempre colocava mais coisas em sua lista do que conseguiria fazer, o que mostra a vontade que tinha de aprender um pouco de cada coisa.

Além das tarefas, o documento também tem uma lista de itens essenciais que o italiano teria que levar para uma viagem: incluindo cadarços, meias, um crânio, seu óculos, uma serra de osso de dentes finos, uma vidraça e até mesmo um fórceps.