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Matérias / Civilizações

Os mortos que podem matar: as excêntricas — e fatais — múmias incas encontradas no Chile

Descobertas em 1976, os cadáveres da grande civilização intrigaram arqueólogos

Gabriel Fagundes Publicado em 08/03/2020, às 08h00

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Ambas as jovens cobertas pelo tecido vermelho polvilhado por cinábrio - Divulgação: Museu Regional de Iquique
Ambas as jovens cobertas pelo tecido vermelho polvilhado por cinábrio - Divulgação: Museu Regional de Iquique

Para quem pensa que a morte nos liberta de todo o mal e do perigo, engana-se. A prova disso são duas múmias incas, mulheres, que foram encontradas no ano de 1976, em Cerro Esmeralda, na atual cidade de Iquique, no norte do Chile, que tinham nove e 18 anos, respectivamente. E viveram em algum momento entre 1399 e 1475.  

Apesar de sidas enterradas há bem mais do que 600 anos, ainda podem ser danosas para os que se aproximarem. Isso porque quando mortas, foram envoltas em pratas, cerâmicas, conchas, figuras metalizadas e um pano vermelho que carrega em sua composição o pigmento chamado cinábrio — um mineral que possui mercúrio e pode ser tóxico.

Os incas / Crédito: Divulgação

Ao estudarem essa conduta, os arqueólogos entenderam que poderia ser uma manifestação de um ritual, ou seja, um oferecimento tanto para os imperadores quanto para as catástrofes naturais. Entretanto, o componente rubro também poderia ter servido para dispersar ladrões de túmulos.

De acordo com os pesquisadores da Universidade de Tarapacá, coordenado pelo antropólogo Bernardo Arriaza, “a descoberta do cinábrio em Cerro Esmeralda é significativa porque, até onde sabemos, esse componente tóxico ainda não foi identificado quimicamente no norte do Chile". O que aumenta ainda mais o escopo do estudo.

Detalhe de uma das múmias /Crédito: Divulgação/ Museu Regional de Iquique

O minério de mercúrio comum (cinábrio), ao longo do tempo, foi utilizado por várias culturas. Na Roma Antiga, foi na arquitetura, para os chineses e indianos, na medicina, nas localidades andinas em máscaras, túmulos, murais e preciosidades.

Todavia, Arriaza alerta para o fato de que hoje se faz necessário o cuidado no manuseio. Pois, é nocivo para o sistema nervoso e muscular, o trato gastrointestinal, e numa superexposição pode ocasionar até a morte. Sim, mortos podem nos matar.


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