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Matérias / Brasil

Os nomes das ruas de Petrópolis que foram alterados após a queda da monarquia

Pouco após o exílio da família imperial, uma medida foi tomada para diminuir as referências do império na cidade fluminense

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 28/02/2023, às 20h00 - Atualizado em 09/06/2023, às 00h05

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Montagem de Dom Pedro II com placa em Petrópolis - Divulgação / Google Street View / Domínio Público
Montagem de Dom Pedro II com placa em Petrópolis - Divulgação / Google Street View / Domínio Público

No Rio de Janeiro, Petrópolis chama atenção por ter sido o palco de algumas das principais passagens do Brasil Império, enfatizando especialmente suas gerações finais, quando a família imperial brasileira se estabeleceu na cidade arborizada, edificando palácios e estruturas que hoje marcam o turismo e arquitetura local por remeter ao período político.

No entanto, quando houve a Proclamação da República, no ano de 1889, uma série de medidas fez questão de deixar a família imperial de fora dos planos políticos do país e, ainda mais, tirar privilégios únicos, que resultavam em altos custos nos cofres públicos. Dessa forma, eles foram banidos e, fadados ao exílio, deixaram Petrópolis.

Apesar da ida, o prestígio local não diminuiu, obrigando medidas públicas. Pouco mais de duas décadas depois, em 1916, a recém-criada Prefeitura Municipal de Petrópolis era assumida por Oswaldo Cruz, nomeado pelo então "Presidente do Estado do Rio de Janeiro", cargo equivalente a governador, que era Nilo Peçanha.

De forma a diminuir a presença histórica da Monarquia, os políticos criaram planos para substituir os inúmeros títulos imperiais espalhados pelos nomes de vias públicas da cidade, trocando os mesmos por datas e até nomes de figuras históricas, já relevantes naquela época.

Novos nomes

Uma das principais avenidas da cidade até hoje tem placas com seu primeiro nome, voltando a ser reconhecida como tal; a Rua do Imperador, via de mão dupla com três pistas cada lado, foi rebatizada como Av. 15 de novembro, data da Proclamação. Mesmo assim, retomou o nome clássico, como um símbolo da cidade.

Outros endereços não tiveram a mesma sorte, perdendo suas características designadas no Brasil Império; a Rua da Imperatriz tornou-se Av. 7 de Setembro, data em que se comemora a Independência do país, quando em 1822, se desvinculou da colônia portuguesa.

Fotografia registra assinatura da Lei Áurea em montagem com a princesa Isabel / Crédito: Wikimedia Commons / Domínio Público

A Rua Princesa Isabel também teve o nome trocado por uma data, mas desta vez, em uma data diretamente ligada a seu legado, se tornando Rua 13 de maio. Foi em tal dia, no ano de 1888, que Isabel assinou a Lei Áurea, extinguindo a escravidão em todo o território nacional.

As Ruas de Bourbon, de Joinville e Dona Francisca também tiveram seus nomes trocados, com a primeira citada se dividindo em duas; o primeiro trecho virou Rua João Pessoa, e depois, Rua Nelson de Sá Earp. Já a Rua de Joinville homenageia o rio onde a Independência foi proclamada, se tornando Rua Ipiranga. Por fim, a Rua Dona Francisca trocou sua homenagem para Rua General Osório, marechal que liderou a guerra contra o Paraguai, da qual o Brasil saiu vitorioso.