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Matérias / Monte Rushmore

A outra face esculpida na parte de trás do Monte Rushmore

Conheça a figura escondida que soma com George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln

Redação Publicado em 14/08/2022, às 09h00

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O Monte Rushmore, na Dakota do Sul, EUA - Divulgação/Pixabay/TheDigitalArtist
O Monte Rushmore, na Dakota do Sul, EUA - Divulgação/Pixabay/TheDigitalArtist

Um dos mais famosos monumentos dos Estados Unidos possui uma história tão controversa quanto. Estamos falando do Monte Rushmore, perto de Keystone, na Dakota do Sul.

No monte, estão esculpidas as faces de quatro presidentes americanos, sendo eles da esquerda para a direita, George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln.

Em uma homenagem patriótica, as figuras simbolizam os primeiros 150 anos da história do país e representam, respectivamente, a fundação, a democracia, a liderança em negócios internacionais e a igualdade.

Tudo começou em 1923, quando o historiador Doane Robinson teve a ideia de erguer uma escultura gigantesca com os heróis do oeste com o intuito de atrair mais turistas ao parque Black Hills, em Dakota.

Monte Rushmore / Dean Franklin/Wikimedia Commons

Depois que o projeto foi aprovado pelo Congresso dos EUA, as obras do Monte Rushmore foram iniciadas em 1927. O primeiro presidente a ser esculpido foi Washington, depois vieram as faces de Jefferson, Lincoln e Roosevelt.

O que pouco sabem é que a montanha onde o monumento foi construído é considerada um ponto importante pelos povos indígenas da região. Ironicamente, Roosevelt tem um passado bastante controverso com a população nativo-americana.

Historiadores atribuem ao presidente dos Estados Unidos a seguinte frase: "Eu não chego ao ponto de pensar que os únicos índios bons são os índios mortos, mas acredito que nove em cada dez são”.

Montanha sagrada

Para que o Monte Rushmore pudesse ser construído há quase um século, as rochas da montanha tiveram que ser dinamitadas até que os rostos dos presidentes pudessem ser esculpidos no material extremamente duro.

Tudo isso foi feito sem uma consulta aos indígenas lakota que viviam na área, que decidiram se rebelar — mas não adiantou de muito, já que as construções estavam inclusive sob autorização do governo americano.

Ainda assim, receberam em troca do monte uma indenização do estado de US$ 1 bilhão, segundo informou o Globo Repórter. Mas não aceitaram o dinheiro porque afirmam que isso significaria que eles se venderam.

O que os lakota decidiram fazer em protesto ao Monte Rushmore foi muito mais marcante que uma indenização: tiveram a ideia de esculpir uma figura ainda maior na parte de trás dos presidentes americanos.

Obras do novo monumento no Monte Rushmore / Divulgação/Globo Repórter

O chefe do grupo ainda chamou um dos principais escultores do próprio monumento, o polonês Korczak Ziolkowski, para, dessa vez, gravar a face de um indígena, que já tem 26 metros de altura — um prédio de nove andares, para se ter noção do tamanho do rosto.

“Ele [o chefe] escreveu para o meu pai e perguntou se ele esculpiria essa montanha para que o homem branco soubesse que os peles vermelhas também têm grandes heróis”, disse Jadwiga Ziolkowski, CEO da Fundação Memorial Crazy Horse e filha do escultor polonês.

Monumento Crazy Horse ("Cavalo Louco”) no Monte Rushmore / Divulgação/Globo Repórter

“Meu pai estava determinado a proteger e preservar a cultura indígena, que foi tão destruída pelos brancos e pelos governos”, acrescentou ao Globo Repórter.

O monumento ainda conta só com a cabeça do indígena e não tem data de previsão para ficar pronto, mas deve precisar de mais pelo menos dez anos para o braço e os cabelos. A escultura foi batizada de Crazy Horse, “Cavalo Louco” em português.